Fábio Leite – Rios de Notícias
BORBA (AM) – A investigação sobre o desvio de mais de R$ 29 milhões por meio de organização criminosa que seria chefiada pelo prefeito de Borba, Simão Peixoto (Progressistas), levou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a cumprir 11 mandados de prisão preventiva, 28 de busca domiciliar, 28 de busca pessoal e outros de busca veicular, nesta terça-feira, 23/5, como parte da operação “Garrote” realizada no município amazonense.
Conforme o processo de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) ao qual o portal RIOS DE NOTÍCIAS teve acesso, Simão Peixoto é acusado de chefiar um grupo criminoso, que envolve servidores públicos e empresários locais, por fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro contra os cofres da Prefeitura de Borba. São mais de R$ 29 milhões em pagamentos sob suspeita, porém os valores podem ser maiores.
A principal acusação é referente a pagamentos realizados ao Mercadinho Du Primo que, como o nome diz, atuava como empresa de pequeno porte na área de comércio, porém o mesmo venceu licitação para aquisição de material de pavimentação no valor de R$ 4 milhões. Além disso, a execução dos serviços de pavimento seriam realizados por outras empresas de pequeno porte, entre elas uma distribuidora, a Lana’s Bella.
Pagamentos na ordem de mais de R$ 25 milhões a outros 12 empreendimentos estão sob suspeitas e seguem em investigação pelo Ministério Público. Totalizando mais de R$ 54 milhões sob suspeitas.
Além do mandado de prisão, foi determinado o afastamento de Simão do cargo de prefeito. Em contato com a assessoria do Ministério Público, não foi confirmada a prisão de Simão Peixoto e nenhuma outra pessoa. As investigações seguem e agentes públicos e familiares do prefeito estão na mira do Ministério Público.
Nota
Em comunicado à imprensa, o Ministério Público do Amazonas informou que, por meio do Gaeco, realizou a operação “Garrote” que tem o objetivo de “desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos no município de Borba”.
“A operação atinge autoridades municipais, familiares, empresários e agentes públicos envolvidos em crimes contra a administração pública, fraudes em crimes licitatórios e lavagem de dinheiro. O MPAM busca o ressarcimento aos cofres públicos e o afastamento dos agentes públicos investigados de suas funções”, completou.
Preso novamente
Em março, o prefeito Simão Peixoto foi preso pela primeira vez em outra operação do Gaeco. Na época, o Ministério Público informou que a investigação era sigilosa e não deu maiores detalhes sobre o caso.
Além disso, Simão já tinha se envolvido em polêmica com o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (União Brasil), quando desferiu um soco contra o parlamentar que cumpria agenda no município de Borba durante as eleições de 2022.
Simão Peixoto ficou conhecido após realizar desafios de lutas contra desafetos políticos em eventos com torcida em vídeos que rodaram o mundo.