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Se nada mudar, Amom está fora do segundo turno

Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades – o trecho eternizado pelo cantor Cazuza retrata bem o atual cenário político da prefeitura de Manaus. A disputa entre o prefeito David Almeida (Avante) e Amom Mandel (Cidadania) se assemelha a 2022 para o governo, que envolveu Wilson Lima (União) e Amazonino Mendes (in memoriam). O que aconteceu? Amazonino desidratou de tal forma que ficou fora do segundo turno das eleições, e o resultado já sabemos: a reeleição de Wilson.

Trajetória

Em análise comparativa das pesquisas de intenção de voto de dezembro do ano anterior à eleição e dos resultados divulgados em março e maio do ano da eleição, é possível observar uma trajetória semelhante entre os dois políticos.

Amom enfrenta a mesma queda que Amazonino sofreu, enquanto os terceiros colocados, como Alberto Neto atualmente, estão crescendo de forma significativa, similar ao que Eduardo Braga experimentou na época, levando-o ao segundo turno.

Análise comparativa
Análise comparativa das pesquisas de intenção de voto do ano anterior à eleição e dos resultados divulgados em março e maio do ano da eleição – (Arte: Júlio Gadelha)

Desafio maior

Além de lidar com uma “terceira via”, Amom enfrenta um prefeito em reeleição com todos os benefícios da máquina pública e que tem uma boa aprovação. Diferente de Wilson Lima, adversário de Amazonino, enfrentava uma grande rejeição por parte da população pela atuação na pandemia e pelos casos folclóricos, como os respiradores na adega de vinhos.

Cenário bem diferente de David, que, mal ou bem, faz uma boa gestão, apresentando resultados na saúde e melhorias na educação. Além disso, está entregando novas obras e programas habitacionais no final do mandato.

Fraquezas de Amazonino

Alguns fatores levaram Amazonino a perder ao menos 15% das intenções de voto.

  • A idade avançada e a saúde frágil – Geraram incertezas sobre sua capacidade de governar, apesar do marketing intenso com frases como “É com a cabeça que se governa, não é com as pernas” e “ser velho não é crime.” Esse fator teve impacto direto na preferência do leitor.
  • Vice sem expressividade – A escolha de Humberto Michiles do PSDB prejudicou a articulação política de Amazonino. Michiles, ex-prefeito de Maués e ex-deputado federal nos anos 2000, não tem mais a mesma força política e é desconhecido pela maioria da população atualmente. Essa parceria trouxe poucos votos e aumentou o temor de que o governo do estado pudesse ser entregue a alguém sem aprovação popular.
  • Poucos aliados – A campanha de Amazonino não contou com grandes apoios partidários ou políticos. Seu partido, o Cidadania, se federou ao PSDB, que lançou Arthur Virgílio Neto para o Senado. Além do apoio de Amom Mandel, concorrendo para deputado federal.

Fraquezas de Amom

Motivos que podem levar Amom Mandel a ficar de fora do segundo turno.

  • A pouca idade e a falta de experiência em cargos públicos levantam dúvidas sobre sua capacidade de governar. Polêmicas recentes têm sido um termômetro para avaliar a capacidade de Amom em suportar a pressão e lidar com crises.
  • Escolha do vice – Se acabar escolhendo um vice-prefeito que não garanta mais recursos, votos ou força para articulação política, a chapa pode enfraquecer.
  • Poucos aliados – Amom Mandel tem um perfil pouco agregador e não conta com o apoio do governador Wilson Lima, que tem forte interesse em ver David Almeida fora da prefeitura. Além disso, não possui apoio de nenhum deputado estadual ou federal. Mesmo sendo ex-vereador, conta com pouquíssimo apoio na Câmara Municipal, onde tem apenas o respaldo de 2 vereadores pertencentes à Federação Cidadania-PSDB.

Mudanças necessárias

Encontrar um bom vice com experiência em gestão, que passe mais credibilidade e segurança para a chapa, é um item de primeira necessidade. Bons nomes incluem Maria do Carmo (Novo), reitora da Fametro e empresária conhecida no meio político, e Ricardo Nicolau (Solidariedade), ex-deputado estadual, articulado e com experiência como gestor do grupo Samel.

Outro ponto positivo seria Amom adotar uma postura mais firme e equilibrada, mitigando as dúvidas sobre a maturidade do jovem político promissor.

Por último, melhorar a articulação política, atraindo partidos, políticos e apoiadores para seu lado, e trabalhar pela união, agregando votos, em vez de atuar de forma isolada como vem fazendo.

Se nada mudar, Amom estará fora do segundo turno das eleições, dando espaço para Alberto Neto (PL) ou Roberto Cidade (União).

*Dezembro de 2021 e 2023 – Pesquisa Perspectiva – Março de 2022 – Pesquisa Perspectiva/Março de 2024 – Pesquisa Pontual – Maio de 2022 – Pesquisa Realtime Big Data/Maio de 2024 – Pesquisa Quaest

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