Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em Manaus existe uma fila com quase 200 pessoas a espera de adotar uma criança. Os dados são do Grupo de Apoio a Pais Adotivos do Amazonas (Gapam), uma instituição sem fins lucrativos que tem a finalidade de orientar e apoiar famílias adotivas.
Além de também ajudar pretensos adotantes e a sociedade sobre o processo dinâmico da adoção, o grupo realiza experiências compartilhadas, aconselhamentos, palestras, reuniões, práticas educativas e eventos para combater o preconceito, desmistificar ideias errôneas e auxiliar na divulgação de uma nova cultura de adoção.
Fundado pela psicóloga e presidente, Iracy Rocha, o grupo completará 20 anos de trabalho em prol da adoção no Amazonas. O Gapam atua nas seguintes linhas de ações com o: Projeto Gestando Amor (Pré-adoção); Aprendendo a Conviver (Pós-adoção); Grupo Focal de Pretendentes que estão no Cadastro Nacional de Adoção (CNA); o Coragem para Somar, além da Promoção de uma Cultura da Adoção.
Leia também: Pensa em adotar uma criança? entenda como funciona o processo
Em conversa com o Portal RIOS DE NOTÍCIAS a presidente, Iracy Rocha falou sobre os diversos aspectos que fazem parte do processo de adoção legal, que inclui todo um preparo, onde é crucial ter o acompanhamento e orientação do Gapam.
Desta forma, a adoção legalizada passa primeiro pela (Pré-adoção). No Gapam acontece por meio do Projeto Gestando Amor. “É o curso psicossocial de preparação para pretendes à adoção que estão em processo de habilitação (conforme preconiza a lei). Está estruturado em quatro encontros, sendo três deles com os conteúdos programáticos até o 4º (Roda de Conversa) com a equipe técnica de uma instituição de acolhimento”, explica.
O curso ocorre nas dependências do Centro Universitário Fametro, localizado na Constantino Nery unidade 1 e 2, aos sábados, no horário das 14h às 17h, específico para os pretendentes em fase de habilitação.


As etapas da adoção
“A adoção é um processo que passa primeiro pela conversa e reflexão com a família sobre o desejo e as motivações pela adoção”, explica a psicóloga Iracy Rocha.
O 2º passo é juntar a documentação necessária com cópias autenticadas: RG; CPF; Certidão de Casamento (ou Declaração de união estável) ou ainda Certidão de Nascimento; Comprovante de residência atual; Comprovante de rendimentos; Certidão Negativa de antecedentes criminais e laudo médico de sanidade física e mental, emitido por um especialista da área.
Reunida toda esta documentação, é hora de recorrer a um defensor público ou advogado particular para peticionar a habilitação do processo de adoção.
“Após realizar a solicitação de habilitação para adoção, o solicitante deverá fazer o curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção, obrigatório junto ao Gapam ou a outra instituição congênere e/ou com própria equipe do Juizado da Infância e Juventude (se houver na comarca o curso próprio). Ao encerrar o ciclo de preparação, o Grupo encaminhará para o Juizado a lista de presença com todos os participantes do curso para emissão e anexação do certificado na documentação do processo de forma automática, que pode ser impresso pelo participante”, orienta.
Comprovada a participação no curso de preparação psicossocial, o candidato é submetido à avaliação psicossocial com entrevistas e visita domiciliar feitas pela equipe técnica interprofissional do Juizado. Após atender todas as etapas e ter a devida aprovação, o candidato será habilitado e inserido no Cadastro Nacional da Adoção, onde passará a aguardar o anúncio da chegada de seu filho(a).
“Durante a espera, os pretendentes são adicionados aos grupos de Whtassap do Gapam para acompanhamento e acolhimento se necessário. Lembrando que o período de espera pode demandar tempo, pois apesar de terem muitas crianças institucionalizadas, nem todas estão elegíveis para a adoção”, pontua a presidente do Grupo.
No Grupo Focal de Pretendentes que estão no CNA ocorre a troca de informações, acolhimento e compartilhamento das experiências entre os candidatos durante o período de espera. Os encontros ocorrem de forma presencial e local, com hora previamente informados pelos canais de comunicação do Gapam que podem ser realizados tanto presencial como on-line.


Pós adoção
Na pós adoção a família participa do Projeto Aprendendo a Conviver. Os encontros visam acolher, orientar e sanar dúvidas referentes à convivência diária no lar, conforme preconiza a lei.
Os encontros ocorrem presencialmente no Centro Universitário Fametro e também via remoto (transmissão on-line) em dia e hora previamente combinados, específico para as famílias que já estão com seus filho(a)s.