Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A nova pesquisa Ipec revela que o índice de aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve uma queda em comparação com o último levantamento em abril. A classificação “boa” ou “ótima” caiu de 39% para 37%. O portal RIOS DE NOTÍCIAS entrevistou amazonenses para saber a opinião deles sobre o desempenho do atual governo.
Entre opiniões dividas, as respostas apontam o governo Lula como regular, mas que pode melhorar em algumas áreas.
“Em comparação com o governo anterior, está ótimo. A inflação tem diminuído, o preço da gasolina, da carne e de outras coisas também, isso em apenas 5 meses de governo. O que eu mais aprovo e admiro no governo Lula é o trabalho que eles vêm fazendo pra diminuir o preço dos alimentos porque isso é o mínimo que o brasileiro precisa ter em casa”
Brener Neves, realizador audiovisual
Ao mesmo tempo, Brener critica a atuação do governo na questão ambiental. “Ainda tem números recordes de queimadas e desmatamento, como no cerrado atualmente, acho que precisa de mais atenção em cima disso”, salientou.
O auxiliar administrativo Marcelo Ferreira, de 24 anos, se coloca no grupo dos que aprovam o primeiro semestre de administração do governo. “Eu tenho gostado, acho que definitivamente tenho ponto de vista com mais positivos do que negativos do governo até agora”, disse, para em seguida, criticar a aproximação de Lula com Nicolás Maduro.
“Tenho aprovado bastante os esforços em combater o desmatamento e o garimpo ilegal, assim como a diminuição dos preços dos combustíveis. Desaprovo a associação dele com Nicolas Maduro e a situação envolvendo o marco temporal das terras indígenas que espero que não siga adiante
Marcelo Ferreira, auxiliar administrativo
Já a social media Júlia Rodrigues, 25 anos, avalia o governo como “regular”. “Como alguém que votou no Lula, a gente espera muito mais coisas do que ele prometeu. Mas, já é muito melhor do que o cenário que estávamos antes. Agora temos um presidente de verdade, mas algumas coisas desagradam”.
Articulação política

Em relação à conjuntura atual do terceiro mandato de Lula, para o cientista político Helso Ribeiro, a falta de comunicação entre o Executivo Federal e o Congresso tem fragilizado o governo. “Eu vi o líder do PT, o Zeca Dirceu pedir para o presidente Lula aprovar a MP dos ministérios. Então, eu penso que a articulação política do governo tem sido falha”.
“Tem a questão também do presidente Lula ter nomeado ministros do União Brasil, partido que as vezes se coloca como independente. Então, tudo isso gera frustrações. Onde se esperou muito, normalmente, a frustação chega mais rápido”.
Helso Ribeiro, cientista político
Para o cientista político Carlos Santiago, desde a pré-campanha até o exercício do mandato, o nome do presidente Lula tem enfrentado resistência de alguns grupos, como o agronegócio. A pauta ambiental, defendida pelo governo, também é outra questão que polariza interesses.
Outro ponto destacado pelo cientista político é o baixo crescimento econômico que desagrada bases importantes do governo. “Mas, ainda é início do governo, que só tem seis meses. Vamos aguardar o segundo semestre e ver se a economia vai melhorar”.
Pesquisa
O grupo que avalia administração do governo como ruim ou péssima aumentou de 26% para 28%. Em relação aos que classificam como regular, a pesquisa também registrou um crescimento de 30% para 32%.
No primeiro levantamento do Ipec, em março, a avaliação “boa” ou “ótima” possuía uma distância de 17 pontos em relação à classificação negativa. Agora na pesquisa feita entre os dias 1º e 5 de junho, a diferença se estreitou para nove pontos.
Ao todo, 2 mil pessoas foram entrevistadas em cerca de 127 municípios do país. A pesquisa possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
As avaliações negativas prevaleceram nas regiões Norte e Centro-Oeste do país com 33% de “ruim” ou “péssimo”. Em abril, a avaliação negativa era de 21%. Já no Nordeste, local onde Lula obteve mais votos na eleição presidencial, a classificação positiva diminuiu de 55% para 45%.
O grupo que mais aprova o governo é o mais pobre (43%). No entanto, também houve uma queda em comparação há dois meses, quando a avaliação positiva era de 53%.