Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A facilidade proporcionada pelas transferências bancárias instantâneas tem se mostrado uma ‘faca de dois gumes’. Se por um lado o Pix revolucionou a maneira como as pessoas e empresas realizam transações, por outro, abriu brechas para a aplicação de crimes cibernéticos, com destaque para o estelionato na internet.
Em Manaus, os crimes mais cometidos atualmente são o ‘Golpe do Pix’, mais conhecido como ‘Pix falso’ e o ‘Golpe do WhatsApp’. O primeiro se aproveita da rapidez das transferências para enganar vítimas e obter vantagens financeiras de forma ilícita, como por exemplo, fraudando os comprovantes. Já o ‘Golpe do WhatsApp’ envolve a clonagem de contas para solicitar dinheiro via pix aos contatos da vítima.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) mostram um crescimento dos registros de estelionato na internet nos primeiros meses de 2024 em comparação ao ano anterior.
Entre janeiro e abril deste ano, foram contabilizados 1.355 casos, sendo 327 em janeiro, 274 em fevereiro, 357 em março e 397 em abril. Os números apresentam um aumento de 373 casos.
Em 2023, a quantidade de ocorrências para os mesmos meses foram menores, totalizando 982 casos: 237 em janeiro, 209 em fevereiro, 282 em março e 254 em abril.
Contudo, 2023 encerrou o ano contabilizando 3.326 registros de estelionato, com picos em outubro (344), maio e junho (ambos com 340 casos), e dezembro (360 casos).
Como prevenir
Para quem utiliza o pix como método para receber pagamentos, é preciso sempre estar em alerta. É importante confirmar a veracidade de transações, ou seja, é necessário sempre conferir se o valor realmente caiu na conta.
Além disso, para também evitar cair no ‘golpe do WhatsApp’ onde criminosos solicitam um valor por pix, utilizando a foto de algum parente ou amigo da vítima, é fundamental ter certeza absoluta de com quem está falando do outro lado da tela.
No primeiro caso, os golpistas utilizam comprovantes de transferências falsos para enganar quem vai receber o valor. Esse golpe é comumente utilizado com pessoas que realizam a venda de algo pela internet.
No segundo caso, os golpistas utilizam, principalmente, de falsas identidades, de falsos perfis para ludibriar os conhecidos da pessoa.
Além disso, há os que enviam links com vírus para que possam ter acesso e invadir o dispositivo, e assim, conseguir dados da vítima. Neste caso, o alerta é nunca clicar em links suspeitos, principalmente de pessoas desconhecidas.
A rápida adaptação dos criminosos às novas tecnologias exige que a população esteja constantemente informada e precavida.
Medidas após sofrer golpe
Com o alto número de registros de crimes cibernéticos, é importante que as vítimas tomem algumas medidas essenciais após sofrerem esses golpes. No caso dos golpes citados, é fundamental registrar um boletim de ocorrência, que pode ser feito em qualquer delegacia ou por meio da delegacia virtual.
Além disso, quem realizar uma transferência e depois perceber que foi vítima de um golpe deve comunicar imediatamente a instituição financeira. Assim, o banco pode tentar estornar o valor e evitar maiores prejuízos, caso haja transferências fraudulentas.
Essas ações são essenciais para iniciar o processo de investigação e reduzir os danos financeiros.