Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Há cinco dias Manaus vem sofrendo com os efeitos das queimadas provenientes do Sul do Amazonas. Entre os dias 7 e 14 de agosto deste ano, o município de Apuí, a 1.097 quilômetros de Manaus, foi o que mais registrou focos de calor no Amazonas, são 755 pontos nos últimos dias.
No total, foram registrados 2.238 focos de queimadas em 19 municípios do interior do Amazonas, na última semana.
Em segundo lugar aparece o município de Lábrea, distante 865 quilômetros da capital, com 338 focos de calor registrados na última semana. Na terceira posição se destaca Novo Aripuanã, a 227 quilômetros de Manaus, com 317 pontos de calor.
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Em quarto lugar está o município de Manicoré, distante 391 quilômetros da capital, com 211 focos de calor registrados. Na quinta posição aparece o município de Humaitá, a 698 quilômetros de Manaus, com 136 focos de incêndio.
Na sequência também chama a atenção o município de Maués, a 270 quilômetros de Manaus, que registrou 98 focos de calor, neste período. Em seguida aparece Boca do Acre, a 1.030 quilômetros da capital, com 84 focos de queimadas.
Tapauá, distante 488 quilômetros da capital, registrou 76 focos de incêndio, enquanto que Canutama, a 638 quilômetros de Manaus, aparece com 74 focos de calor. O município de Pauini, distante 925 quilômetros da capital, registrou 26 pontos de calor na última semana.
Os municípios que registraram maiores índices de queimadas na última semana, estão ou tem áreas localizadas no Sul do Amazonas, e estão incluídos na região conhecida como “Arco do Desmatamento”. No entanto, todos os municípios do estado registraram ao menos um foco de calor neste período.
Qualidade do Ar
De acordo com Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), nesta quarta-feira, 14/8, Manaus está com o nível de qualidade do ar variando entre ruim e muito ruim. Na última semana, o cenário das queimadas no estado se agravou, como mostram dados do Painel do Clima da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema).
Causas do desmatamento
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Amazonas (Ibama-AM), Joel Araújo, deu mais detalhes sobre como ocorrem as queimadas no estado, que estão gerando a cobertura de fumaça por toda capital amazonense.
“A cada ano, produtores ilegais [de gado] sentem a necessidade de ampliar as suas áreas de atuação e acabam fazendo desmatamento. […] São regiões que dão acesso a outras áreas do país que são grandes consumidoras da carne produzida nesses lugares. […] Então, a infraestrutura de escoamento facilitou a produção de carne e a criação de fazendas ali”, explicou o superintendente.