Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Três paratletas amazonenses têm expectativa de medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que começam na próxima quarta-feira, 28/8. Maria de Fátima, do halterofilismo; Elielton Lira, do judô; e Laiana Rodrigues, do vôlei sentado, irão representar o estado na competição internacional.
Com esse quadro de paratletas em diferentes modalidades, o Amazonas seguirá para a competição bem representado, com chances reais de medalha.
Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil – que é uma potência nos jogos – já conquistou 373 medalhas, sendo 109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze: está a 27 do seu 400º pódio no evento.
Leia mais: Jajá do Wake é vice-campeão em competição nacional de wakeboard
Maria de Fátima
Natural de Tefé, a paratleta Maria de Fátima, de 30 anos, é estreante nas Paralímpiadas e disputará as provas de halterofilismo, na categoria feminina até 67 kg, no dia 6 de setembro. Ela tem má-formação congênita nas pernas. Atualmente, a representante é a primeira no ranking brasileiro da modalidade e quarta no internacional.
“A minha primeira competição foi há uns anos em Tbilissi, na Geórgia, onde queimei todos os movimentos, e para mim tinha saído do ciclo de Paris. Mas sabia que havia uma luz no final do túnel e falei que não queria aquilo. E agora na minha disputa em 2024, tive a oportunidade de voltar no mesmo lugar onde tudo para mim estava perdido, e sair de lá com a minha convocação para Paris”, declarou Maria de Fátima.
Elielton Lira
Nascido em Manaus, Elielton Lira, de 28 anos, disputa a categoria J1 até 60kg do judô. Buscando brilhar nesta edição dos jogos paralímpicos, o paratleta experiente é prata na categoria até 60kg nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e prata no Pan-Americano do Canadá 2022.
Elielton perdeu a visão aos 12 anos, em um acidente com arma de fogo, após isso começou a praticar judô em 2014, até integrar a seleção brasileira adulta em 2022.
“Eu comecei no judô depois que uma moça que me viu competindo no jiu-jitsu e disse que eu tinha talento no judô. Aí foi quando eu recebi essa proposta, comecei a treinar na Vila Olímpica, o professor viu que eu levava jeito para o judô e a gente começou a treinar durante a manhã”, comentou Elielton.
Laiana Rodrigues
A manauara Laiana Rodrigues, de 42 anos, é bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 pela seleção brasileira de vôlei sentado. Experiente, a paratleta tenta defender a bandeira e garantir a medalha de ouro para o Brasil, juntamente com sua equipe.
Laiana era atleta convencional de voleibol e aos 18 anos teve dengue hemorrágica e a manifestação da síndrome de Guillain Barré, doença autoimune. Suas pernas ficaram paralisadas e seu pé direito caído. Ela conheceu a modalidade paralímpica 15 anos depois, aos 33 anos.
Time Brasil
Na segunda-feira, 19/8, a delegação do Brasil chegou a Troyes, a 160km de Paris e onde também estão outras modalidades do país, como: badminton, goalball, natação, remo, taekwondo, tênis em cadeira de rodas e tênis de mesa. As equipes de canoagem e futebol de cegos chegaram na terça-feira, 20. A ida para a Vila Olímpica estava prevista para acontecer a partir de sábado, 24.
A delegação do atletismo brasileiro em Paris-2024 será a maior do país em uma edição dos Jogos Paralímpicos. No total, a equipe inclui 71 atletas, além de 18 guias. A cota máxima por país é de 73 competidores. Nem mesmo nos Jogos do Rio-2016, o atletismo paralímpico brasileiro teve tantos representantes, já que na ocasião eram 61 atletas e 18 guias.