Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A população manauara enfrenta diariamente a insegurança nos ônibus do transporte coletivo, com os casos de assaltos se tornando uma preocupação constante, especialmente durante o período eleitoral. Mesmo com uma redução nos números, o medo e a violência persistem entre os passageiros.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), até julho deste ano, a empresa Integração Transportes registrou 197 ocorrências, enquanto a Vega Manaus teve 99 registros. Elas lideram em comparação com as demais.
Dessa forma, linhas como a 560, 652 e 640 estão entre as mais visadas pelos criminosos, com a linha 560 sendo alvo de quatro assaltos em apenas um dia, em abril.
Dados revelam queda, mas sensação de insegurança permanece
Em 2023, Manaus contabilizou 1.499 assaltos a ônibus, uma redução em relação aos 1.943 casos registrados em 2022. Até junho deste ano, foram 474 casos, 261 a menos que no mesmo período do ano passado.
Essa diminuição de 35,51% é atribuída à parceria entre as empresas de transporte e o Núcleo de Repressão a Roubos no Transporte Coletivo (Nurcc), que intensificou ações para combater o crime.
O delegado Charles Araújo, coordenador do Nurcc, destacou o impacto dessas parcerias. “Conseguimos retirar quadrilhas de circulação graças ao trabalho conjunto com o Sinetran e o apoio das empresas de transporte”, afirmou. Além disso, tecnologias de segurança foram implementadas para desestimular os criminosos.
Relatos de passageiros evidenciam a violência
Apesar da redução, passageiros relatam que a violência nos assaltos tem aumentado, intensificando o clima de medo.
O social media Guilherme Vieira, vítima frequente de assaltos, compartilhou sua experiência. “Já fui roubado mais de uma vez na linha 418. Os criminosos foram muito agressivos e levaram celulares e mochilas”, contou.
Jonas Marcelo, estudante de jornalismo, também relatou a violência que presenciou em um assalto no ônibus 457. “Uma menina foi agredida por não querer entregar o celular. A sensação de ter uma arma apontada foi de completo pavor“, desabafou.
Estratégias e desafios na repressão aos crimes
O Nurcc tem focado na coleta de provas e identificação dos autores dos crimes para garantir a prisão dos responsáveis.
“Nosso trabalho começa após o crime. Atuamos na repressão, angariando provas para solicitar as prisões ao Judiciário”, explicou Charles Araújo.
O delegado destacou que, apesar dos avanços, o principal desafio é a mobilidade dos criminosos entre diferentes regiões, dificultando sua prisão.
Para enfrentar essa dificuldade, o uso de tecnologias avançadas, como o programa “Recupera Fone”, tem sido uma ferramenta crucial para a recuperação de celulares roubados, que são os principais alvos dos assaltantes.
Como colaborar
Araújo enfatizou a importância da colaboração da população para combater os crimes. Denúncias podem ser feitas anonimamente por meio do Disque Denúncia: (92) 98827-8814.
“A informação da comunidade é fundamental para continuarmos prendendo criminosos e devolvendo a segurança aos trabalhadores e estudantes que dependem do transporte público”, concluiu.