Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O deputado federal Saullo Vianna (União) falou sobre o esquema que envolve secretários de governo e policiais militares em Parintins, com o objetivo de influenciar as eleições municipais de 2024. As alegações surgem após o candidato a prefeito de Parintins, Mateus Assayag (PSD), denunciar o caso durante coletiva de imprensa realizada no sábado, 28/9.
As imagens mostram conversas entre secretários de estado e policiais, discutindo ações ilegais, como escutas clandestinas e simulações de prisões, com a intenção de favorecer a candidatura de Brena Dianná (União). Embora seja do mesmo partido do governador Wilson Lima, o União Brasil, Saullo Vianna cobrou explicações sobre o caso nas redes sociais.
Vianna expressou sua preocupação com o uso abusivo da máquina pública e pediu a exoneração imediata dos envolvidos, incluindo o secretário de Cultura, Marcos Apolo, e o presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (COSAMA), Armando do Vale.
“Podemos constatar abuso do poder econômico, abuso de autoridade e o uso da máquina pública para favorecer uma candidata”, ressaltou Vianna, enfatizando a necessidade de uma manifestação clara do governador Wilson Lima.
Saullo destacou que é crucial que o governador, como chefe dos citados no vídeo, demonstre que não compactua com essas ações criminosas: “É muito importante que o governador mostre que não será conivente com esse plano que foi armado e que exonere imediatamente os secretários que aparecem no vídeo”.
Segundo a denúncia, o encontro ocorreu na residência de parentes do presidente da Assembleia Legislativa e candidato a prefeito de Manaus, Roberto Cidade (União). O vídeo expõe um conluio entre autoridades e agentes de segurança.
Estavam presentes, o comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar em Parintins, major Francisco Magno Judss, o tenente-coronel da Rocam, Jackson Ribeiro, o secretário de Administração do Governo do Amazonas, Fabrício Barbosa e outros secretários do governo. As gravações indicam um planejamento sistemático para coagir e intimidar eleitores, além de ações direcionadas contra adversários políticos.
Os áudios revelam um plano orquestrado que inclui operações policiais direcionadas a pessoas ligadas ao atual prefeito Bi Garcia (PSD). As táticas discutidas incluem a instalação de grampos em telefones de opositores e o uso de uma tropa de choque para realizar abordagens seletivas durante o dia da eleição. De acordo com a denúncia, um caso envolveu a servidora pública Rita Maria, que foi interceptada e coagida por policiais sem mandado judicial.
Escutas Ilegais e Criação de Milícias
Além das prisões simuladas, o vídeo denuncia a clonagem de celulares de pessoas próximas ao prefeito, realizada em um local público, e o recrutamento de criminosos para simulações de prisões. As autoridades planejavam trazer um contingente adicional de policiais de outras regiões para atuar de forma ilegítima durante as eleições, o que demonstra o desvio do uso da força policial.
Ação na Justiça
Diante da gravidade das denúncias, a coligação “Parintins em Primeiro Lugar”, do candidato Mateus Assayag (PSD), se prepara para enviar o vídeo à Polícia Federal. A coligação solicita a prisão dos envolvidos e o envio de forças federais para garantir a lisura do processo eleitoral.
O que dizem os envolvidos?
A reportagem entrou em contato com o Governo do Amazonas e a assessoria da candidata Brena Dianná, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto.