Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (União Brasil), fez críticas nesta terça-feira, 15/10, durante Sessão Plenária, sobre a falta de pagamento de um empréstimo realizado pela Prefeitura de Manaus em 2012, para a aquisição de 296 ônibus do transporte coletivo.
O discurso tem como base denúncia revelada pelo portal Rios de Notícias em 1º de outubro, destacando um comunicado da Embaixada da Suécia, onde a embaixadora Karin Wallensteen expressou preocupação com a recusa do prefeito David Almeida em se reunir com ela durante visita a Manaus, em agosto.
Segundo o parlamentar, a Embaixada da Suécia enviou documentos à Presidência da CMM cobrando esclarecimentos sobre o débito, que tem gerado restrições comerciais à cidade.
“O governo sueco informou que Manaus está impedida de adquirir novos ônibus fora do Brasil enquanto essa dívida não for quitada. As empresas concessionárias do transporte público também não podem fazer novas aquisições por conta da inadimplência”, declarou Caio André. O parlamentar também revelou que a embaixada tentou uma reunião com o prefeito David Almeida para negociar o débito, mas não obteve resposta.
O impacto dessa dívida vai além da restrição de novos financiamentos. A cidade de Manaus, segundo Caio André, corre o risco de ficar sem novos recursos para investimentos essenciais, especialmente na área de mobilidade urbana. “A solução mais prática seria a Prefeitura e o Sinetram direcionarem o subsídio mensal repassado às empresas de transporte diretamente à agência sueca, para amortizar a dívida”, sugeriu o presidente da CMM.
O vereador William Alemão (Cidadania) criticou o que chamou de “calote milionário” da Prefeitura de Manaus à Agência Sueca de Crédito à Exportação (EKN), durante debate no plenário da Câmara Municipal. A dívida, que já chega a R$ 500 milhões, foi tema de discussão, e Alemão ressaltou o impacto direto na população: “Quem sofre é o cidadão, que espera mais de uma hora nas paradas, e, quando o ônibus chega, ainda está lotado.”
A dívida se origina de um acordo de 2012, no qual a Agência Sueca de Crédito à Exportação garantiu empréstimos para três operadoras em Manaus – Global, Integração e Rondônia. No entanto, desde 2015, os pagamentos foram interrompidos, tornando a cidade inadimplente e afetando futuras negociações comerciais entre Manaus e a Suécia.
A reportagem procurou a Prefeitura de Manaus para esclarecimentos sobre a renovação da frota de ônibus, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto para manifestação do Executivo Municipal.