Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Brasil enfrenta um aumento nos casos de dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, no primeiro semestre de 2023, com um crescimento de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No Amazonas, dados recentes revelam que dos 10.852 casos notificados 5 pessoas morreram, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). Dentre os municípios com maiores taxas de incidência, destacam-se Jutaí, Tonantins, Ipixuna e Tefé.
Na região da Tríplice Fronteira, que abrange o Brasil, Peru e Colômbia, também foram notificados 3.321 casos de dengue e registro de três mortes.
O Ministério da Saúde se negou a comprar o imunizante japonês, produzido pelo laboratório Takeda, aprovado pela Anvisa, alegando que a vacina ainda precisa passar por análises internas antes de ser disponibilizado pelo SUS, processo que pode levar até um ano. A alegação gerou preocupação e críticas ao Governo Federal.
O secretário de Ciência e Tecnologia e Produtos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, também acrescentou que o objetivo do governo é fortalecer a produção nacional pelo Instituto Butantan, que desenvolve um imunizante previsto para 2025.
Enquanto não é disponibilizada na rede pública de saúde, o imunizante japonês, chamado Qdenga, deverá ser comercializado na rede particular a partir de julho, por valores que podem chegar a R$ 500.
Em plenário, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou duramente o presidente Lula e cobrou uma distribuição rápida da vacina já aprovada pela Anvisa e ressaltou a falta de interesse em incorporá-la ao SUS.
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O senador lembrou a pressão da mídia e da oposição ao governo Bolsonaro para a compra de vacinas durante a pandemia de Covid-19 e ressaltou que a dengue tem risco de complicações e pode levar à morte: mais de mil pessoas morreram no Brasil vítimas de complicações da doença em 2022.
Nas redes sociais, o ataques ao presidente Lula não param. “Na campanha, Lula criticou a demora para comprar vacina e responsabilizou Bolsonaro. No poder, Lula atrasa vacina contra a dengue, já aprovada pela Anvisa, com eficácia de 80%, porque quer ter imunizante nacional”, escreveu um usuário.
“O produto nacional está valendo mais do que a vida das pessoas? O Brasil registrou mais de 1 milhão de casos de dengue este ano. Há uma vacina japonesa contra a dengue disponível no mercado, mas o governo Lula não deseja adquiri-la para o SUS. Prefere aguardar o desenvolvimento de uma vacina nacional, que pode estar pronta em 2025. Ou seja, existe uma vacina pronta contra a dengue sendo descartada porque o governo Lula deseja priorizar a produção nacional, mesmo que isso seja um assunto relacionado à saúde pública. É o negacionismo ideológico do ‘bem'”, postou o cientista político e ex-presidenciável Felipe D’Avila.
“O Japão tem uma vacina PRONTA para a dengue, mas o Governo Lula se recusa a comprar e prefere esperar o “produto nacional” (mesmo que isso custe VIDAS). Já pode chamar de genocida? De negacionista? E cadê o pessoal que defendia a ‘ciência’?”, comentou outro usuário.
De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), em Manaus, de janeiro a 11 de maio deste ano, 208 casos de dengue foram confirmados, em uma redução de 73,6% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram confirmados 787 casos.
Vale lembrar que os ovos do mosquito eclodem no período chuvoso, onde há muitos criadouros, que permitem a rápida reprodução. Quanto mais chuva, maior o número de casos. No verão, tem pouca água parada e o número de criadouros e, consequentemente, reduz.