Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, que garantiu seu retorno à Casa Branca no ano que vem, surgem dúvidas sobre quais serão os efeitos imediatos e de longo prazo para a política, economia e questões ambientais no mundo inteiro.
Para entender quais os cenários podem se apresentar nos próximos quatro anos com a influência da maior economia do mundo e de seu novo presidente, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com especialistas que analisaram os prováveis impactos para a floresta amazônica e o Brasil.
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‘Cooperação deve prevalecer’
O cientista político Luiz Carlos Marques destaca que o resultado das eleições nos Estados Unidos pode trazer desdobramentos significativos para o Brasil. Como países soberanos, segundo ele, o histórico de cooperação institucional deve prevalecer.
“Para o Brasil, essa mudança no cenário global oferece tantos riscos quanto oportunidades, exigindo da política externa brasileira equilíbrio nos seus interesses comerciais e alianças estratégicas mantendo um diálogo independente e pragmático com todas as grandes potências”, destacou o especialista.
Luiz Carlos explica que os Estados Unidos enfrentam uma grave crise de hegemonia e de modelo, pois o modelo democrático do país está em crise, tal qual o do mundo. Para ele, a aplicação de propostas rígidas por Trump pode gerar uma alavanca inflacionária, afetando não somente a economia americana, mas todos os países.
“O dólar é a medida de referência internacional e essa instabilidade financeira abriria espaço para a sua maior concorrente, a China, para que ela possa se fortalecer como potência econômica e passar a atrair mais nações para os BRICS”, ressaltou o cientista político.
Mas e a Amazônia?
Nesta semana, a Casa Branca confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizará uma visita a Manaus no dia 17 de novembro. Durante sua estadia, Biden visitará a região, onde se encontrará com líderes locais e indígenas.
Quanto à política ambiental do próximo presidente, Donald Trump, o advogado e comentarista político Helso Ribeiro demonstra preocupação. Para ele, Trump sempre foi um tanto quanto negacionista em relação às questões ambientais.
“Os seres humanos fazem sim ações que prejudicam o meio ambiente. Eu diria que o presidente Trump não é o melhor porta-voz para esse viés. Se o viés for passar boiada então chama o presidente Trump que ele acha que o desenvolvimento deve estar na frente de qualquer outro interesse”, comentou o especialista.
Helso Ribeiro, no entanto, esclarece que não há como negar a relevância dos Estados Unidos. Ainda mais porque o país faz parte do Acordo de Paris, para conter emissões poluentes que prejudicam principalmente a camada de Ozônio, até 2030. Trump já saiu do acordo quando foi presidente pela primeira vez.
“Eu, que particularmente defendo a questão ambiental, não gostaria de ver os Estados Unidos saindo do Acordo de Paris. Isso pode gerar repercussões negativas para a sustentabilidade e nos afetar não de forma imediata, mas em um espaço breve isso pode ser prejudicial para o mundo inteiro”, completou o comentarista político.