Redação Rios
MANAUS (AM) – A Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 29) traz este ano uma pauta crucial: o financiamento sustentável para viabilizar ações climáticas nos países em desenvolvimento. Em meio aos líderes globais e especialistas, uma voz amazônica se destaca: Marciele Albuquerque, cunhã-poranga do Boi-Bumbá Caprichoso e ativista indígena do povo Munduruku.
Convidada para o evento, Marciele representa a força e a urgência da Amazônia e de seus povos tradicionais, sendo uma das principais defensoras da floresta nesta edição da COP 29, que ocorre entre os dias 11 e 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão.
“É o maior evento sobre o clima, uma conferência onde se firmam compromissos reais para o enfrentamento da crise climática, com propostas para reduzir queimadas, desmatamento e queima de combustíveis fósseis”, declarou Marciele. Ela destacou que a luta é guiada por dois eixos principais: assegurar o financiamento para ações climáticas e envolver as comunidades indígenas – as primeiras afetadas e principais protetoras da biodiversidade.
Marciele integra um espaço de debates com 196 países presentes, onde se discute financiamento, metas de redução de emissões e compromissos globais para enfrentar uma crise climática.
Sob o lema “COP do Financiamento”, a edição deste ano ressalta a urgência de assegurar recursos que permitam aos países em desenvolvimento, como o Brasil, avançar em tecnologias verdes sem acumular dívidas.
O Brasil se compromete com metas ambiciosas, como manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C e reforça esses compromissos com programas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre e o Plano Clima, voltados para a preservação da Amazônia e para o desenvolvimento sustentável.
O mercado de carbono também é destaque: espera-se que a COP 29 traga novas regulamentações para esse mercado, alterando compromissos concretos de empresas e nações na redução de emissões.
Para Marciele, o próximo ano representa a chance de consolidar o protagonismo indígena na luta climática. “A COP 30 será no Brasil, nossa Terra Indígena”, reforça.
Ela acredita que esta será uma oportunidade única para colocar a proteção das florestas e dos povos indígenas no centro das políticas globais, ampliando a conscientização e o compromisso em relação à Amazônia.