Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de um trabalhador e sua família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.959,31, valor 4,93 vezes maior que o salário mínimo vigente, de R$ 1.412, aponta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Essa estimativa leva em consideração a Constituição Federal, que, no artigo 7º, inciso IV, determina que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir despesas com moradia, alimentação, saúde, educação, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Em comparação com novembro de 2023, quando o mínimo necessário foi estimado em R$ 6.294,71, houve um aumento significativo de 10,5%, evidenciando a perda de poder aquisitivo dos brasileiros frente à inflação e ao encarecimento dos produtos essenciais.
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Custo da Cesta Básica: impacto direto no orçamento
Os dados do Dieesse também mostram que o custo da cesta básica de alimentos subiu em todas as 17 capitais analisadas. A maior alta foi registrada em Recife (5,47%), seguida por Goiânia (4,64%), Brasília (4,39%) e João Pessoa (4,30%).
São Paulo apresentou a cesta mais cara em novembro, custando R$ 828,39, seguida por Florianópolis (R$ 799,62), Porto Alegre (R$ 780,71) e Rio de Janeiro (R$ 777, 66). As menores médias foram observadas em Aracaju (R$ 533,26), Salvador (R$ 574, 78) e Recife (R$ 578,16).
No comparativo anual, Campo Grande liderou as altas, com 14,47%, seguido por Goiânia (12,19%), Brasília (11,19%) e São Paulo (10,56%).
Tempo de trabalho e comprometimento da renda
Para adquirir os itens da cesta básica, um trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou dedicar, em média, 107 horas e 58 minutos de sua jornada de trabalho em novembro de 2024.
Além disso, considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, 53,05% do rendimento foi comprometido para cobrir os custos da alimentação básica, percentual que era de 51,72% em outubro e 52,82% em novembro de 2023.