Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Com o aumento dos preços no setor de educação, muitos pais estão antecipando as compras de material escolar. Nos últimos 12 meses, a inflação na área educacional chegou a 6,84%, representando um acréscimo de dois pontos percentuais nos custos que os brasileiros enfrentarão.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), itens como cadernos tiveram alta de 6,31%; livros, 9,65%; e livros didáticos, 7,64%. Essa elevação nos preços tem levado tanto consumidores quanto comerciantes a buscarem alternativas.

Estratégias do comércio
Para entender como os lojistas estão lidando com a alta dos preços e a crescente demanda, a empresária Maiane Corrêa, proprietária de uma papelaria, compartilhou ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS como está a movimentação no início do ano.
“O aumento começa geralmente a partir da primeira quinzena de janeiro. Isso ocorre porque o brasileiro sempre deixa para a última hora. O frete também impacta bastante, principalmente pela distância. Por isso, orientamos os clientes a montar dois kits: um mais básico e outro de maior qualidade. Sabemos que as crianças muitas vezes perdem ou esquecem os materiais”, explicou Maiane.

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No ano passado, os pais gastaram, em média, entre R$ 133,43 e R$ 375,12 com listas de material escolar, conforme levantamento do Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon. O economista Altamir Cordeiro ressaltou os impactos da logística e do dólar nos preços e destacou a importância de planejamento.
“A variação do dólar influencia diretamente, pois muitos produtos são importados. O frete internacional encarece as mercadorias. Nossa orientação é pesquisar preços, comparar a compra online com a física e, se possível, evitar levar os filhos. Crianças costumam escolher produtos fora do orçamento, que as vezes são mais caros”, afirmou ele.

O especialista também recomendou que os pais priorizem a compra de itens essenciais neste período de alta demanda e reutilizem materiais do ano anterior.
“Compre apenas o necessário. A demanda no início do ano é grande, o que pode elevar ainda mais os preços. Reutilizar materiais do ano passado ajuda bastante. Depois que o tumulto diminuir, pode ser mais vantajoso adquirir o restante. É importante lembrar que muitos ainda estão quitando gastos das festas de fim de ano, então o planejamento é essencial para equilibrar as contas”, explicou.
O desafio dos pais
A costureira Thaisa Souza compartilhou sua experiência diante dos altos preços e a busca por equilíbrio entre economia e qualidade na educação dos filhos.
“Alguns itens aumentaram muito. Acho que é ruim deixar para comprar em cima da hora, porque você pode não encontrar o que precisa ou não ter tempo. Ir com as crianças é uma loucura. Eles veem esses materiais personalizados, com personagens, e querem tudo. Sempre procuro levar meus filhos para escolherem, porque também é uma experiência legal para eles”, contou Thaisa.

Precaução com listas abusivas
O Procon-AM alerta os pais sobre práticas abusivas por parte de instituições de ensino. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), escolas não podem exigir materiais de uso coletivo, como itens de limpeza ou higiene. A Lei Federal nº 12.886/2013 proíbe que esses custos operacionais sejam repassados aos responsáveis por meio das listas escolares.

Além disso, o órgão reforça que é irregular a cobrança de taxas de matrícula ou pré-matrícula sob a promessa de assegurar vagas. Diante da alta nos preços e da complexidade das exigências, planejamento financeiro e pesquisa de mercado são fundamentais para garantir economia.
Em caso de irregularidades, pais e responsáveis podem denunciar ao Procon Amazonas pelos seguintes canais:
- Site: procon.am.gov.br
- Central de Atendimento: 0800 092 1512 / 3215-4009
- E-mail: fiscalizacaoprocon@procon.am.gov.br