Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Museu da Amazônia (Musa) está localizado na Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), na zona Norte de Manaus. Considerado um “museu vivo“, o espaço proporciona aos visitantes uma imersão direta na floresta amazônica, com 100 hectares de área preservada – o equivalente a 1 km².
O museu funciona diariamente das 8h30 às 17h, com ingresso permitido até às 16h, exceto nas quartas-feiras. Aos finais de semana, o ingresso custa R$ 10 para moradores de Manaus. O Musa está situado no maior fragmento de floresta primária em área urbana no Brasil, onde árvores antigas não foram replantadas.

No Rolê Rios, conhecemos algumas das espécies e atrações encontradas no Musa. Durante a visita ao local, o engenheiro agrônomo Mário Neto explicou que o foco do Musa está na educação ambiental e na conservação da floresta amazônica.
“A gente consegue passar conhecimento sobre a importância da floresta amazônica e de todas as espécies para a preservação de forma mais ampla. Além das sete trilhas, que somam quase oito quilômetros, você pode desbravar um pouco desse fragmento florestal”, disse o agrônomo.

Recinto e espécies
Um dos espaços que mais chamam a atenção dos visitantes é o serpentário, criado em 2015 em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). O viveiro tem como objetivos promover a educação, a pesquisa biotecnológica e a divulgação científica.
O serpentário abriga diferentes espécies, como a suaçuboia, a cobra-cipó e a cascavel. Entre as cobras venenosas que podem ser vistas pelos visitantes, está a jararaca, espécie encontrada em todo o país. O estudante de biologia Esaú Emanoel ressaltou a importância das serpentes no controle de pragas e no equilíbrio do ecossistema.

“As serpentes são importantes na natureza porque são controladoras de pragas. Elas se alimentam de ratos, gambás, pombos e morcegos. Muitas pessoas as consideram animais feios e sem importância, chegando até a matá-las por ignorância ou medo, mas elas desempenham um papel essencial no equilíbrio do meio ambiente”, explicou ele.

A bióloga Raymê Carvalho destacou que, no borboletário, os visitantes podem acompanhar todo o ciclo de vida das borboletas, desde o estágio dos ovos, passando pela fase de lagarta, até a formação das pupas e o surgimento das borboletas adultas – um espetáculo imperdível.
“O trabalho aqui é diário. Fazemos coleta de alimento, cuidamos dos animais no laboratório de lagartas, que funciona como um berçário, onde elas são higienizadas e alimentadas. Os estagiários também realizam coletas de plantas hospedeiras para garantir a alimentação das borboletas. Além disso, mantemos o espaço limpo, cuidamos das frutas, do néctar e da vegetação”, disse a bióloga.
Na Reserva Ducke, existem cerca de 500 espécies de borboletas, e nas trilhas é comum encontrar esses magníficos insetos cruzando o caminho dos visitantes. “As borboletas são extremamente sensíveis. Em dias ensolarados, a visita é ainda mais especial, pois é mais fácil avistá-las pelo caminho”, completou Raymê.

Experiência dos visitantes
O Musa oferece visitas guiadas e atividades interativas, sendo um destino popular para turistas e moradores. A amazonense Fátima Lopes, que veio do município de Tabatinga, a 1.114 quilômetros de Manaus, destacou a importância do local para o conhecimento e educação sobre as riquezas amazônicas.
“Para mim, está sendo uma verdadeira novidade. Estou completamente maravilhada! Ter uma floresta no coração de Manaus é algo impressionante. Definitivamente, é um lugar que todos deveriam conhecer. Quem visitar o Musa, sem dúvida, se encantará com tanta beleza natural“, afirmou Fátima Lopes.

Um dos principais atrativos do Musa é a torre de observação, que tem 42 metros de altura e 242 degraus. Do topo, é possível ter uma visão panorâmica das grandes árvores da floresta. Visitando o museu pela primeira vez, a cearense Altilene Castro descreveu a experiência como única.
“Estar aqui é aproveitar a natureza e admirar sua grandiosidade. Eu sou de Fortaleza, no Ceará, e estou amando Manaus. Indico para todos que ainda não conhecem o Musa e a torre de observação: venham! Isso aqui é uma riqueza, e vocês vão amar”, afirmou Altilene.

Marco histórico
Em novembro de 2024, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou o Musa, tornando-se o primeiro presidente norte-americano a ir à Amazônia em 200 anos.
Durante sua visita, Biden declarou: “Tenho orgulho de estar aqui, visitando a floresta amazônica, para reafirmar nosso compromisso com a proteção de ecossistemas como este. As soluções mais poderosas que temos para combater as mudanças climáticas estão ao nosso redor nas florestas do mundo.”
