Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após cinco anos da pandemia de covid-19 ter sido declarada, ainda não se tem uma confirmação sobre a origem da doença. Conforme repercutido na imprensa internacional nos últimos dias, o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND) acredita que o Novo Coronavírus se originou após um acidente em um laboratório na China.
De acordo com as reportagens dos jornais alemães Die Zeit e Süddeutsche Zeitung, o serviço de inteligência teria chegado a essa conclusão por meio de dados públicos, bem como materiais obtidos a partir de instituições chinesas como o Instituto de Virologia de Wuhan, um dos mais importantes da China para pesquisa do vírus.
A revista Der Spiegel publicou que “além de evidências de experimentos arriscados de ganho de função, ou seja, a modificação artificial de vírus naturais, o material também mostra várias violações das normas de segurança laboratorial”. A operação teria concluído que a probabilidade de isso ter acontecido é de 80% a 95%.
Leia mais: Cinco anos do primeiro caso de covid-19 no Amazonas; relembre
O relatório da inteligência alemã aponta para várias suspeitas de origem laboratorial de covid-19. Um número crescente de pesquisadores não descarta essa possibilidade, embora nem todos creiam nela. Outros estudiosos sustentam que a teoria mais provável é de transmissão do vírus de animais selvagens para humanos.
Essas informações, no entanto, teriam sido omitidas pelo governo alemão na época, quando Angela Merkel era chanceler. Nessa quinta-feira, 13/3, ela negou via porta-voz que seu governo tenha ocultado as descobertas sobre a origem do coronavírus em 2020. Ela “rejeita categoricamente” a acusação.
“É impossível que esse vírus venha de nós”, disse Yuan Zhiming, diretor do laboratório Wuhan, em entrevista à mídia pública concedida em abril de 2020. Cientistas dizem haver “evidências convincentes” de que o mercado de frutos do mar e vida selvagem de Huanan, nesta mesma cidade, foi o epicentro do surto de covid-19.
Dois estudos revisados por pares publicados em julho de 2022 reexaminaram as informações do surto inicial na cidade chinesa. Um dos estudos mostrou que os primeiros casos conhecidos surgiram no mercado e suas proximidades. O outro usou informações genéticas para entender a cronologia do surto.