Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A estreia da seleção feminina na Copa do Mundo reacendeu debates sobre preconceito e valorização de atletas mulheres. Polêmicas e comentários preconceituosos surgiram, evidenciando que ainda há muito a ser feito para mudar mentalidades e garantir o respeito ao talento e dedicação das jogadoras.
O futebol feminino enfrenta uma batalha constante contra o preconceito e a falta de valorização que persiste há anos. Desde o início da participação das mulheres no futebol, as atletas enfrentam inúmeras barreiras, encontrando restrições e poucas oportunidades. Apesar dos avanços significativos rumo à profissionalização, a igualdade de condições entre os gêneros no esporte ainda é um desafio persistente.
Um episódio de demonstração de preconceito ocorreu durante a transmissão da partida entre Noruega e Nova Zelândia, pela Copa do Mundo, no canal do youtuber Casemiro, em que foi necessário desativar os comentários devido as inúmeras falas machistas.
Para a jornalista esportiva, Larissa Balieiro, que vive e cobre o futebol amazonense, o preconceito é uma realidade que ainda precisa ser enfrentada. Ela destaca que a mudança de comportamento e a capacidade das mulheres em se impor, mostra que a luta pela igualdade vem ganhando força.
“Eu sempre falo que o machismo não desapareceu, ele está na nossa sociedade, ele é cultural. Muitas vezes as mulheres tinham medo de confrontar certos tipos de comportamentos, atitudes machistas que a gente acaba sofrendo. Agora já é diferente, temos outro comportamento, conseguimos nos impor”, declarou Larissa.
A questão salarial é outra faceta da desigualdade no futebol feminino. Enquanto jogadoras talentosas brilham em campo, seus salários ainda são muito inferiores aos dos jogadores masculinos, como Cristiano Ronaldo e Messi. Mesmo atletas renomadas, como Marta, que acumula seis títulos de melhor do mundo e inúmeros gols em Copas, ainda enfrentam disparidades salariais injustas.
“Isso está bem longe de igualar, em todas as esferas, não somente no futebol. Mesmo a Marta tendo ganhado seis vezes o título de melhor do mundo, gols em todas as copas, e mesmo com tudo isso ela ainda não está na mesma igualdade de valor, e isso está na questão de entender que ela conseguiu feitos iguais aos deles, então não tem motivo para eles ganharem mais que ela.”, ressalta Balieiro.
Avanços
Apesar dos desafios, é importante destacar que o futebol feminino tem avançado significativamente. A modalidade saiu de um cenário amador para uma estrutura mais profissional, proporcionando mais oportunidades e visibilidade às atletas. No entanto, a valorização ainda é uma batalha constante que precisa do apoio e reconhecimento de toda a sociedade.
“Hoje existe uma evolução, pois agora existe o debate”
Larissa Balieiro, jornalista esportiva
O preconceito é uma das questões mais constantes que as atletas do futebol feminino enfrentam. É hora de a sociedade reconhecer o talento, a paixão e o esforço dessas jogadoras e proporcionar a elas o devido respeito e apoio para que o Futebol Feminino seja respeitado e valorizado. Somente assim, pode-se alcançar a igualdade de condições entre os gêneros no esporte e celebrar o brilho das jogadoras em campo.