Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A CPI dos Empréstimos, proposta pelo vereador Rodrigo Guedes (PP) para investigar a aplicação de R$ 1,75 bilhões em empréstimos já recebidos pela Prefeitura de Manaus, conta com seis assinaturas de parlamentares. O requerimento precisa do apoio de pelo menos 14 vereadores para ser instalado oficialmente.
Vereadores que já assinaram o pedido
Até o momento, manifestaram apoio à CPI:
- Rodrigo Guedes (PP) – autor da proposta
- Capitão Carpê (PL)
- Coronel Rosses (PL)
- Rodrigo Sá (PP)
- Sargento Salazar (PL)
- Zé Ricardo (PT)
Contexto da investigação
O movimento ganhou força após a Câmara aprovar, na última semana, mais R$ 2,6 bilhões em operações de crédito para a gestão do prefeito David Almeida (Avante), elevando o total de empréstimos contratados desde 2021 para R$ 4,3 bilhões.
A proposta de CPI foi originalmente protocolada em março para apurar o destino de R$ 1,75 bilhão em financiamentos anteriores. Guedes e outros parlamentares questionam a falta de transparência e a ausência de resultados concretos desses recursos, que teriam sido destinados ao Programa de Melhoria da Infraestrutura Urbana (Prominf) para realização de obras como viadutos, parques e praças na cidade.
Em discurso na tribuna, Guedes destacou: “As poucas obras que temos vieram de repasses do Estado. A Prefeitura não entrou com recursos próprios” e acrescentou “E aí eu me pergunto: cadê esse dinheiro? O que foi feito com esse dinheiro?”
Objetivos da CPI
Se instalada, a comissão terá como foco principal:
- Verificar o destino real dos recursos emprestados;
- Investigar possíveis superfaturamentos em contratos;
- Apurar falhas na prestação de contas;
- Examinar irregularidades no processo de aprovação dos financiamentos.
Histórico dos empréstimos sob questionamento
Os valores contraídos pela Prefeitura incluem:
- 2021: R$ 470 milhões (Banco do Brasil) – saúde e mobilidade urbana;
- 2022: R$ 100 milhões (Caixa) – prometia melhorias no trânsito e áreas de lazer;
- 2023: R$ 600 milhões (Banco do Brasil) – vinculado ao Prominf;
- 2024: R$ 580 milhões – aprovado sob questionamentos jurídicos;
Próximas etapas
O processo depende agora da adesão de mais oito vereadores. Enquanto a oposição pressiona por investigações, a base governista defende a legalidade das operações financeiras.
A instalação da CPI pode trazer novos esclarecimentos sobre a aplicação dos recursos públicos e eventuais irregularidades no processo.