Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A pesca, uma das principais atividades econômicas no interior do Amazonas, mais de 1 mil kits de proteção solar foram entregues em quatro meses para pescadores de nove municípios do Estado. A iniciativa faz parte do programa “Atualiza Pescador”, promovido pelo Governo do Estado.
De acordo com estatísticas de 2019 do IBGE, 92,5% dos amazonenses consumem peixe pelo menos uma vez por semana, mostrado a importância cultural e econômica dessa fonte de alimento para a região.
O titular da Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura (Sepa), Alessandro Cohen, destacou que o programa surgiu com o intuito de apoiar os pescadores artesanais, uma vez que a pesca desempenha papéis variados, incluindo a pesca artesanal, ornamental, de manejo, esportiva e a aquicultura.
“A gente tentou viabilizar a criação de um programa em que a gente iria cadastrar o pescador para dar à ele, protetor solar, chapéu de palha, camisas UV que inclusive muitos não gostavam de usar. Nós preparamos os kits, logo saiu 1 mil, entregamos em 30 municípios, fechamos agora em Itacoatiara e Urucará”, explicou Cohen.
Em entrevista à Rádio RIOS FM 95,7, o secretário enfatizou que o programa é um primeiro passo para estabelecer um vínculo mais forte com os pescadores, visando melhorar suas condições de trabalho e saúde. A próxima etapa do programa está prevista para iniciar na primeira semana de outubro, com a distribuição de mais de 2.100 kits em mais de 30 municípios do Estado.
“Além desses kits, nós temos a distribuição do kit piabeiro, que é para o pescador ornamental. Tem a garrafa térmica do café, porque o pescador fica a noite acordado para poder pegar a piaba e outros peixes. Tem o kit manejo, pra pesca manejada que são as redes de manejo que são caras e tem 2,40 metros de altura e 50 de comprimento, para o manejo do pirarucu. Já estamos planejando o estoque pra distribuir para o interior onde praticam a pesca manejada e ornamental”, disse Alessandro.
Os números fornecidos pelo Ibama demonstram o êxito da atividade de manejo do Pirarucu no ano de 2022, com uma produção superior a 3 mil toneladas. Essa conquista destaca os esforços em preservação, gestão sustentável dos recursos pesqueiros e a importância de investir na pesca.
Pesca esportiva
A pesca esportiva que oferece retornos financeiros significativos e requer menos equipamentos, está sendo apoiada através da disponibilização de técnicos para cursos de “piloteiro”, visando capacitar aqueles interessados acompanhar os pescadores esportivos.
“Ainda tem a pesca esportiva, que é uma modalidade que rende mais recursos e não precisa de tantos equipamentos. A gente está cedendo através da secretaria, técnicos para fazer os cursos de ‘piloteiro’ para quem quiser levar o pescador esportivo“, declarou o secretário.
Há também interesse em fornecer suporte integral para campeonatos de pesca esportiva. “Também vamos disponibilizar engenheiros para campeonato de pesca, para formular o campeonato, para medição de peixe e outras atividades. Nós estamos ajudando todos os tipos de pesca no Amazonas”, disse Cohen ressaltando que a Secretaria está engajada em auxiliar todos os tipos de pesca praticados no Amazonas.
Entre elas está incluso também a piscicultura que é a produção de peixes em ambientes controlados. De acordo com o Secretário, seus técnicos estão preparados para desenvolver projetos que abordam a criação de lâminas d’água, um fator crítico na produção de peixes. Além disso, a Secretaria oferece a distribuição de alevinos e ração, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da piscicultura na região.
Produção
O projeto “Zagaia”, em Humaitá, visa a construção de uma usina de produção de ração. A ideia é aproveitar os recursos locais, como a soja do município, para reduzir os custos de produção de ração. Esse esforço teria um impacto direto na diminuição dos custos do programa “Mais Piscicultura”.
Atualmente, o Amazonas consome cerca de 50 mil toneladas de tambaqui por ano, enquanto a produção local é de 21 mil toneladas, menos da metade do consumo. A maior parte é suprida por estados vizinhos como Roraima e Rondônia. O projeto “Zagaia” busca reverter essa situação, diminuindo a dependência de outros estados e fortalecendo a economia local. “Estamos enriquecendo dois estados e estamos correndo atrás disso”, concluiu Alessandro.