Letícia Rolim – Rios de Notícias
O apresentador Manoel Soares tocou os corações de muitas pessoas ao compartilhar um vídeo emocionante na terça-feira, 12/9, abordando a criação de crianças e a atitude que tem com seu filho autista quando está com crise de regulação. Como pai de Ezequiel e Izael, ambos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Soares usou as redes sociais para transmitir uma mensagem de compreensão, empatia e comunicação em momentos desafiadores.
No vídeo, Soares ressaltou a importância de compreender as regras sociais do mundo de uma criança autista e enfatizou que a educação não deve se basear em gritos ou na imposição de autoridade. Ele compartilhou sua jornada como pai dessas crianças, destacando a necessidade de criar um ambiente acolhedor e compreensivo para elas.
“Não é com gritos ou impondo nossa autoridade que educamos uma criança autista. Mais importante que ensinar a ela as regras sociais de nosso mundo, é entender as regras sociais do mundo dela”, escreveu o apresentador.
Em um momento tocante do vídeo, Manoel é visto brincando com seu filho no chão, construindo confiança para que a criança se sentisse à vontade. Ao perceber que seu filho ainda estava tenso, o apresentador se sentou no chão com ele, demonstrando que a compreensão e a paciência podem estabelecer uma relação de confiança. Essa cena não apenas comoveu os pais de crianças autistas, mas também sensibilizou o público em geral.
O apresentador não apenas inspirou pais de crianças autistas, mas também sensibilizou o público em geral para a importância da inclusão. Manoel Soares, trouxe um exemplo de amor incondicional e dedicação à causa da conscientização sobre o TEA, mostrando que a empatia e a compreensão podem fazer a diferença na vida de crianças autistas e suas famílias.
Importância de abordar o autismo e promover a inclusão
Pessoas com grande influencia nas redes sociais, como o apresentador Manoel Soares desempenham um papel importante ao levantar a bandeira da inclusão. Para a psicóloga clínica infantil, Luciely Botelho, ao abordar os desafios das crianças atípicas, ele ajuda outros pais a aprender a lidar com esses momentos pelo qual o mesmo passou, passando a mensagem de que essa compreensão fortalece os laços com a criança.
“Os influenciadores e demais pessoas como o Manoel Soares, estão levantando a bandeira da inclusão, e isso é muito importante. Nós devemos saber lidar com crianças atípicas, os pais de crianças com TEA estabelecem vínculos valiosos que é importante para o crescimento cognitivo do mesmo, e é necessário que haja essa combinação eficaz entre a família, escola e terapia”, explicou a especialista.
Manoel demonstrou saber lidar com uma situação de alta desregulação, adaptando-se às necessidades do seu filho com empatia e respeito. Essa abordagem é fundamental para pais de crianças atípicas e todos aqueles que têm pessoas com TEA em suas vidas.
“A atitude que o Manoel teve foi ‘supercoerente’. Ele soube lidar com a alta desregulação, com a maneira de falar, com a maneira de tocar e principalmente, na forma no qual ele agiu. Isso é necessário pra quem tem filhos atípicos, ou pra quem tem pessoas com a tipicidade na família. Ele trabalhou com empatia, com respeito, com o acolhimento e foi a forma que ele sabia que era necessário naquele momento para acalmar o filho dele.”, disse a psicóloga.
Luciely ressalta que é importante adotar atitude como essa, de empatia e compreensão, pois ela pode transformar o mundo em um lugar mais inclusivo e acolhedor, onde todos têm a oportunidade de florescer. “Eu sempre falo para quem tem filhos atípicos para se dedicar, valorizar e principalmente ter empatia, pois essa atitude vale mais que tudo”, destaca Botelho.
Inclusão e compreensão
É essencial reconhecer que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem habilidades e potenciais que, muitas vezes, não são imediatamente evidentes. Embora possam enfrentar desafios e desregulações emocionais, adultos e pais, desempenham um papel crucial em suas jornadas.
“Crianças com TEA são crianças com muitas limitações. Mas, eles são capazes de realizar vários tipos de tarefas na sociedade com autonomia, como estudar, trabalhar, ter relacionamentos pessoais. Pode atuar normalmente em ambientes de trabalho, porém com alguma peculiaridade no comportamento que podem parecer estranhos no primeiro momento”, disse Luciely.
É fundamental lembrar que ser atípico não é uma doença. A compreensão do momento certo para se comunicar e a capacidade de lidar com crises são aspectos vitais. Portanto, deve-se adotar medidas e atitudes que proporcionem calma e confiança a essas crianças.
“Ser atípico não é doença. Saber falar na hora certa, entender as crises são muito importantes, por isso precisamos adotar medidas e atitudes para que a criança fique calma e sinta confiança”, concluiu a psicóloga.