Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A capital amazonense teve a pior qualidade do ar do mundo na quarta-feira, 21/9, durante a “onda de fumaça” que atingiu a cidade, segundo o levantamento de uma pesquisa. Os dados foram coletados e estão disponíveis para monitoramento em tempo real no site AQICN.ORG.
Os dados foram divulgados nas redes sociais do deputado federal Amom Mandel (Cidadania/AM). O estudo revela que Manaus ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de pior qualidade do ar.
De acordo com o relatório, Manaus ocupa o primeiro lugar, definido como “Não Saudável”, com 166 pontos, seguida de Bhiwadi (Índia); Deli (Índia); Peschawar (Paquistão); e Hotan (China).
O deputado enfatizou a urgência da situação, destacando que a população está respirando um ar altamente insalubre devido às toxinas presentes na fumaça causada pelas queimadas, que assolam o Estado do Amazonas. Mandel ressaltou que, somente em setembro, o Amazonas já registrou mais de 5 mil focos de incêndio, e o mês ainda não chegou ao fim.
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam um aumento no número de focos de queimadas na Amazônia, chegando a 17.852 casos. A situação requer ações coordenadas e eficazes para mitigar os impactos ambientais e proteger a vida das pessoas que vivem na região.
Conforme o geógrafo, ambientalista e diretor da WCS Brasil, Carlos Durigan, o cenário de secas, altas temperaturas e queimadas em Manaus é fruto de diversos fatores relacionados às mudanças climáticas e de atividades humanas que utilizam o fogo.
“Destaco as atividades agrícolas onde o fogo é um instrumento para abertura de áreas de floresta e limpeza de pasto. Em geral, este é o cenário durante os meses mais secos na Amazônia, entre julho e novembro. O agravante se dá por vivermos este ano a influência de um fenômeno el Niño extremo que pode estar associado também ao cenário de crise climática que vivemos”
Carlos Durigan, ambientalista
*Colaborou Gabriela Brasil