Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – “Enfrentaremos outras pandemias”, alertou o geógrafo e ambientalista, Carlos Durigan, em entrevista exclusiva para Portal RIOS DE NOTÍCIAS nesta segunda-feira, 2/10. Segundo ele, a pandemia de Covid-19 também está relacionada ao mau uso da biodiversidade e deve servir como alerta para a necessidade de mudanças na forma como a humanidade vive e produz.
“Não podemos esquecer os problemas que passamos. Temos que usar esses momentos de provação como momentos de mudança de atitude. Então, mais do que nunca, precisamos mudar de postura e não aceitar essa situação de apocalipse, digamos assim. Que possamos nos ver em um momento desafiador. A humanidade tem poder de dar a volta por cima, nos adaptarmos, sermos resilientes e transformar tudo isso que está acontecendo talvez em um período de aprendizado para que a gente possa mudar”, disse.
Em destaque está a preocupação do especialista em relação ao aquecimento global, que tem contribuído para os extremos climáticos, como a seca intensa. Durigan enfatizou que muitas dessas crises são resultado das ações humanas, incluindo o aumento das queimadas e do uso de combustíveis fósseis.
“Eu acredito que essa é uma crise das mais intensas, com o diferencial de que ela é resultado do nosso modo de viver e produzir. E é necessário rever a nossa forma de fazer e de viver. Esses momentos de extremo no clima têm relação com o aumento das queimadas e da queima de combustíveis fósseis. Passamos recentemente pela período da pandemia de Covid-19, que também tem relação com o mau uso que fazemos da biodiversidade. Momentos como esses deveriam deixar-nos em alertas e preocupados”
Carlos Durigan, geógrafo e ambientalista
O especialista abordou questões como o rápido crescimento de Manaus e os problemas de mobilidade urbana. Ele enfatizou a importância de tomar medidas para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente em momentos de extremos climáticos.
“Enfim, tem uma série de ações que precisam ser tomadas para reduzir a baixa qualidade de vida que nós já temos, mesmo em um período extremo como esse. As pessoas precisam se conscientizar para cuidar melhor das suas ações. A questão do uso do fogo na agricultura precisa ser revisto, melhorado. Precisa ser controlado quando necessário. Não podemos entender que um período como esse a gente segue nossa vida normalmente. Não! A gente precisa mudar”, concluiu Durigan.