Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O advogado Ygor Colares, vítima de um ataque em agosto deste ano, se pronunciou sobre a revogação da prisão do investigador da Polícia Civil do Amazonas, Raimundo Nonato Monteiro Machado, e sua esposa, Jussana Machado. A decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) causou indignação, visto que ambos são acusados de tentativa de homicídio triplamente qualificado.
O crime ocorreu em um condomínio no bairro Ponta Negra, zona Oeste da capital, quando a babá Cláudia Gonzaga Lima e o advogado Ygor Colares foram alvos de agressões. Jussana agrediu a babá e atirou contra o advogado, enquanto o investigador Raimundo Nonato incentivava o crime, entregando a arma para sua esposa e agredindo a vítima. Na época, imagens das câmeras de segurança, além dos moradores do condomínio, foram amplamente divulgadas.
Colares expressou sua reação à soltura dos acusados. A notícia da revogação das prisões de Nonato e Jussana o deixou “consternado”.
“Recebi com muita tristeza a informação da revogação da prisão do Nonato, assim como recebi com tristeza também a notícia da revogação da prisão da Jussana. E o sentimento que eu fico é de injustiça, de insegurança, por conta da periculosidade dos dois. Foi visto por todas as pessoas, é unânime esse sentimento”, desabafou.
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Além disso, ele destacou a ausência de arrependimento por parte deles, pois não fizeram declarações de remorso ou reflexão sobre seus atos. O advogado espera que a decisão seja revisada, seja por instância superior ou pela própria magistrada responsável.
“Eu esperava que a justiça os mantivesse presos, porque por questão de ordem pública. Aquilo ali [agressão] foi intenção e permanece como intenção deles. Então, há esse sentimento de injustiça, de insegurança, e eu espero que na instância superior seja revista essa decisão, ou até que a própria magistrada que proferiu a decisão reveja sua decisão, ainda está nesse momento. E que a justiça seja feita”, declarou.
A decisão da Juíza Eline Paixão e Silva Gurgel do Amaral Pinto permite que o investigador retorne ao trabalho de forma parcial, proibindo-o de participar de serviços externos e suspendendo seu porte de arma.
No caso de Jussana Machado, a prisão preventiva foi revogada, mas ela deverá cumprir medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) expressou sua oposição à decisão, afirmando que o laudo de exame de corpo de delito e as imagens evidenciam a materialidade do crime de tortura praticado por ela.
O MP também destaca que os depoimentos de Raimundo Nonato e Jussana Machado confirmam que o investigador entregou a pistola municiada à sua esposa e a instruiu a manter a arma apontada para Ygor Colares, que foi alvejado. Diante disso, o MP pediu a prisão preventiva dos dois acusados com base nas provas reunidas durante a investigação, argumentando a necessidade de garantir a ordem pública.