Letícia Rolim – Rios de Notícias
O governo venezuelano anunciou a realização de um referendo em 3 de dezembro para consultar a população sobre a concessão da nacionalidade venezuelana aos habitantes da disputada região de Essequibo, na Guiana, além da proposta de criação do estado denominado “Guiana Essequiba”.
A região que representa mais da metade do território da Guiana, tornou-se palco de uma crescente tensão entre os dois países, uma vez que a medida proposta pelo governo de Nicolas Maduro poderia desencadear um conflito armado.
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A Guiana, que administra o território, rejeitou veementemente a iniciativa, classificando-a como uma “ameaça” e recusando-se a participar de qualquer negociação com a Venezuela. A região também conta com o apoio dos Estados Unidos, o que aumenta ainda mais a tensão.
A disputa ganha contornos mais complexos devido à riqueza petrolífera da região de Essequibo, motivo de um litígio persistente entre os dois países. A Guiana considera a consulta venezuelana uma violação das “leis internacionais”, intensificando as preocupações diplomáticas na região.
Enquanto isso, o governo brasileiro está atento à situação, buscando uma solução pacífica entre Venezuela e Guiana, visando evitar a escalada para um conflito armado. O objetivo do monitoramento da região reflete o compromisso do Brasil para promover a estabilidade e a paz na América do Sul.
O Itamaraty está tratando o assunto sem grande alarde, para evitar o debate público. Além do Brasil, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) também monitora a possível invasão da Venezuela.
A disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana teve início no século 19. No entanto, as tensões entre os dois se tornou mais forte a partir de 2015, quando foi descoberta as reservas marítimas de petróleo na costa da Guiana, maior parte em Essequibo.