Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ), Fabrício Queiroz, voltou a ser destaque na mídia após áudios divulgados pelo site Metrópoles nesta quinta-feira, 23/11, que detalham uma conversa dele com o ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro, Alexandre Santini, onde revela dificuldades financeiras, falta de apoio da família do ex-presidente Jair Bolsonaro e ameaça falar diretamente com Flávio, a quem chama de ‘o amigo’, para resolver as questões.
“Então, cara, já chegou conversa pra mim, todo mundo falando mal de mim. Os irmãos falando mal de mim, entendeu? Eu quero falar isso com ‘o amigo’, frente a frente. Se for verdade, eu vou pro pau mesmo, f***! Eu sou homem pra c***! Então, eu tô te pedindo aí, irmão. Se você puder me ajudar. Eu não sei como é que está o teu grau de amizade com ele. Eu espero que ‘o amigo’ não tenha te abandonado, porque você é um dos caras mais fiéis que eu conheci. Eu tenho certeza que o que aconteceu comigo, se acontecesse com você, seria a mesma coisa”, disse Queiroz para Santini.
Em tom de desabafo, o ex-colaborador revelou um turbilhão de desafios que enfrenta desde que sua vida virou de cabeça para baixo. Em uma conversa franca, Queiroz expressou sua angústia e as consequências de sua “notoriedade súbita”.
“Você não tem noção da fogueira que eu ‘tô’ pulando, irmão. Eu era um cara feliz, bem pra c***. Independente de eu trabalhar com ele, sempre tive minha correria. E hoje em dia eu sou um cara leproso. F***, cara. Fiquei hiper conhecido e não tenho apoio, mano. Não adianta dar dinheiro, que não resolve, entendeu, ô Santini? P***, tem que dar moral, uma posição pra trabalhar, pra encaixar meus filhos”, disse Queiroz ao ex-sócio de Flávio Bolsonaro.
Em 2022, Queiroz e Santini se aproximaram quando Flávio ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro e tornaram-se amigos. No auge do caso das “rachadinhas” (nome popular dado para desvio de salário de assessor), no qual ambos estiveram sob investigação do Ministério Público (MP), Queiroz era o operador do esquema e Santini era sócio de Flávio na loja da Kopenhagen.
Nos áudios, Queiroz ainda destacou sua lealdade ao clã Bolsonaro e admitiu ter recebido ajuda, mas reclama, considerando-a insuficiente. Também menciona que seus filhos perderam oportunidades de renda devido a contratações secretas no governo do Rio de Janeiro.
“Para você ter noção, meus filhos estão todos desempregados. É tudo eu que banco aqui. F***! Não dá valor. Eu sei a fogueira que tu pulou aí, pra c***. Eu sei que se acontecesse com você o que aconteceu comigo, você bancava até o final também, que tu é homem. Tu é f***, mas tamo junto”, disse Queiroz.
Empréstimos e Cobranças
Ao pedir ajuda financeira a Santini, Queiroz fala em “empréstimos” a serem pagos por Flávio Bolsonaro. Evita contatar diretamente o senador, citando a situação delicada pós-eleição. Em outro momento, Queiroz também reclama do tratamento diferenciado que estaria recebendo da família, contrastando com outros aliados bem-sucedidos.
“Não tem um do que estava na nossa época que não está bem, com o seu salário e com a sua dignidade. E eu, Fabrício Queiroz aqui, não tive aceno de ninguém. Então, cara, eu estou precisando da grana emprestada aí. Depois eu vejo com ‘o amigo’ lá pra te pagar aí, cara. O único que não virou as costas pra mim foi ‘o amigo’. Eu não quero mandar mensagem pra ele, com esse problema que está tendo aí com o Brasil aí, né, cara? Não sei como é que vai ficar isso aí. Eu sei que eles estão numa sinuca de bico do c***”, afirmou.
“Acho que eles queriam tudo na vida, menos esses problemas aí que estão enfrentando com esse bandido aí voltando ao poder. Então, cara, se você puder analisar aí. Eu não sei como você está, se você [ainda] é amigo dele. E eu peço que faça contato com ele, porque eu não quero mandar mensagem por telefone, tendo em vista esses problemas que estão acontecendo com o Brasil aí. Se você puder me ajudar, eu ficarei muito grato. Estou pulando uma fogueira”, concluiu Queiroz, fazendo um apelo.