Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O servidor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Erwin Rommel Rodrigues, almoçou com o mandante do crime, Israel Assis, antes de ser morto, como revelou em entrevista na manhã desta terça-feira, 19/12, o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS), Ricardo Cunha.
O caso aconteceu no dia 11 de outubro e envolve uma dívida de R$ 1,5 milhão, do mandante do crime com Erwin Rommel, por honorários advocatícios.
Na segunda-feira, 18/12, a segunda fase da Operação Legisperitum prendeu o mandante da morte do servidor e revelou mais dois integrantes na organização do crime. Segundo o delegado Ricardo Cunha, Israel Assis estava na casa de parentes, em um condomínio na Avenida Constantino Nery e não ofereceu nenhuma resistência.
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O crime revela um caso de traição, envolvendo uma dívida de R$ 1,5 mi e uma ação planejada. Cunha esclareceu que a motivação para o crime foi uma dívida originada em negociações de regularização de terras entre a vítima e o mandante.
“Nossas equipes, desde o primeiro momento, já se fizeram presentes ao local e já conseguimos fazer os primeiros levantamentos que apontavam para o executor desse crime. As imagens do executor foram capturadas por câmeras de segurança e a gente rapidamente conseguiu identificá-lo. Esse crime foi praticado em via pública, logo após um almoço da vítima com uma pessoa que era da sua convivência, que é o seu Israel Assis”, revelou.
A relação de anos misturava amizade e negócios, mas a cobrança persistente da dívida, por parte de Erwin Rommel, gerou tensões. No dia do crime, segundo o delegado, a vítima foi convidada por Israel para um almoço, onde discutiriam a questão financeira. local estrategicamente. Cunha destacou que a vítima já tinha sido ameaçada por Israel, indicando que o clima entre eles era tenso.
“O Israel o ajudava com captação de clientes, de informações e até chegou a trabalhar para o Erwin em determinado momento. E nessa situação, ele traz um cliente para o Erwin e, juntos, formalizam um contrato de R$ 1,5 mi referente a regularizações de terras no estado da Bahia. Ocorre que esse cliente sumiu e Erwin passa a cobrar o Israel sobre esse dinheiro. Dessa forma, o motivo principal apontado pela investigação nesse momento são dívidas de valores”, esclareceu.
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A situação se agravou quando Rommel Rodrigues expressou sua intenção de denunciar a questão à Polícia Federal, aumentando a pressão sobre Israel. Dessa forma, a trama ganha mais dois personagens: além de Israel Assis, o mandante; Hewerton Cavalcante, o atirador; e João Gabriel, o motorista que deu fuga ao atirador.
A confissão detalhada de Hewerton, aliada a câmeras de segurança e testemunhas, foi crucial para a elucidação do caso. Em seu depoimento, Hewerton afirmou que Israel contratou ambos para executar o servidor, oferecendo R$ 5 mil pelo crime. Em seus depoimento, Israel nega sua participação, mas Hewerton e João Gabriel confirmaram que ele foi o mandante.
O delegado salientou que, apesar da prisão dos envolvidos, a investigação continuará para obter mais informações sobre a dívida e o contrato, mas que o caso está considerado como elucidado.