Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O prefeito David Almeida compareceu nesta sexta-feira, 22/12, à sede da Polícia Federal para denunciar um falso áudio, atribuído a ele, e que vem circulando nas redes sociais nos últimos dias. A mensagem do áudio lança críticas e ataques aos professores, chamados de “vagabundos”.
O áudio veio à tona após protesto dos professores em que reivindicavam o pagamento de abono do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A classe também alega descumprimento de planos de carreira e o arrocho salarial em 2023.
Durante a coletiva de imprensa, o prefeito explicou que recebeu a mensagem de madrugada e, inicialmente ignorou. Ao perceber do que se tratava e da sua rápida propagação, reportou imediatamente à Polícia Federal.
“Esse é um tipo de crime que não vai ficar impune. Identificar quem criou, o responsável pela criação, pela disseminação, pela divulgação. Isso tudo faz parte de um processo que vai ser tocado aqui pela Polícia Federal e que sirva de exemplo para que outros não aconteçam”, disse Almeida.
Até o momento, duas pessoas foram identificadas e intimadas a prestar esclarecimentos. O caso, tratado pela PF, busca responsabilizar os autores e esclarecer a origem do ataque.
O superintendente da Polícia Federal, Humberto Ramos, destacou o compromisso em proteger os princípios democráticos e afirmou que não há anonimato na internet.
“Nosso objetivo é que com essa ação a gente promova uma medida que tenha como objetivo descontinuar esse tipo de iniciativa, deixando claro que não existe anonimato na internet e que qualquer tipo de montagem, fake news, utilização de inteligência artificial de maneira indevida com objetivo eleitoral será investigado e os seus autores serão identificados e punidos”, destacou.
Segundo Humberto, os peritos da PF já realizaram as primeiras análises do áudio e já há uma linha de quem esteja por trás do compartilhamento. Além de também já ter identificado que o áudio é uma montagem de várias falas do prefeito.
David Almeida também reforçou o respeito aos professores e alertou sobre o caráter eleitoreiro do ataque feito por meio da falsa narrativa.
“Então, pelo respeito que eu tenho aos professores, pela admiração que eu tenho com eles e até pelo prestígio que eu tenho com os professores, criaram esse áudio para me colocar em rota de colisão com o cunho estritamente eleitoral”, disse.
O delegado da defesa institucional, Rafael Furtado, ressaltou a utilização indevida de inteligência artificial, enfatizando que a investigação será ágil, esperando obter respostas em dois ou três meses.
“A perícia criminal possui diversas ferramentas tecnológicas, já de forma bem célere a gente pode avaliar o arquivo que foi apresentado, o áudio, e a gente pode constatar que se trata de fato de uma montagem de outras falas, de outros áudios, simulações, então a gente possui ferramentas para se identificar de forma muito rápida, muito pronta”, disse Furtado.
*Com colaboração de Vivian Oliveira