Redação Rios
BRASÍLIA (DF) – O Tribunal de Justiça de Alagoas possui abertos atualmente 1.099 processos relativos ao caso Braskem, que levou ao isolamento total de cinco bairros de Maceió, obrigando cerca de 60 mil pessoas a abandonarem suas casas.
Uma área equivalente a 20% da zona urbana da capital alagoana foi afetada pela instabilidade do solo provocada pela mineração de sal-gema pela empresa Braskem. Uma das minas, no bairro de Mutange, se rompeu em dezembro.
Os dados foram apresentados pelo presidente do TJAL, desembargador Fernando Tourinho, a representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que chegaram na quarta-feira, 17/1, à capital alagoana para inspecionar a tramitação do caso Braskem.
Leia também: Forças Armadas levarão 15 mil cestas de alimentos aos Yanomami
Ainda segundo as informações divulgadas pelo CNJ, paralelamente, mais de 18 mil acordos entre pessoas atingidas e a empresa foram homologados pela 3ª Vara Federal de Maceió, uma das responsáveis pelo caso.
Apesar disso, “entre as vítimas das consequências do afundamento do solo na capital alagoana, há queixas a respeito do valor pago pela indenização dos imóveis e também pelos danos morais”, disse o CNJ, em nota.
Além de Tourinho, a comitiva do CNJ se reuniu com o governador de Alagoas, Paulo Dantas. Dos encontros, o órgão informou ter ficado estipulado um plano operacional para reforçar as equipes da Justiça Federal de Alagoas, onde também tramitam processos sobre o caso Braskem.
Ao CNJ, a Secretaria da Fazenda de Alagoas também apresentou cálculos segundo os quais os prejuízos causados ao estado podem chegar a R$ 30 bilhões, cifra que já havia sido divulgada em dezembro.
Nesta quinta-feira, 18, estão previstos encontros com o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas e o defensor-público geral do estado, Carlos Eduardo de Paula Monteiro.
“Estamos aqui para identificar, ouvir e saber de que forma podemos ajudar para que os processos tramitem com eficiência e para que a população atingida possa ter respostas no tempo adequado”, destacou a secretária-geral do CNJ, Adriana Cruz.
A comitiva do CNJ inclui também o corregedor-nacional de Justiça, ministro do STJ Luis Felipe Salomão, e integrantes do Observatório de Causas de Grande Repercussão, mantido em conjunto pelo CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Em dezembro, o caso Braskem recebeu nível de atenção de grau 3 pelo colegiado, o que prevê o acompanhamento contínuo junto às autoridades competentes.
Dados
Por meio de sua assessoria, a empresa Braskem apresentou número que disse ser mais preciso, segundo o qual 40 mil pessoas precisaram sair dos cinco bairros afetados. Essa é a contagem dos membros das famílias que aderiram ao Plano de Compensação Financeira proposto, diz a companhia. O número de 60 mil é uma estimativa utilizada por autoridades baseada em critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alega a empresa.
A Braskem acrescentou ainda que a área isolada corresponde 2,5% do município de Maceió, de acordo com dados da prefeitura.
*Com informações da Agência Brasil