Vívian Oliveira- Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Os influenciadores digitais Lucas Picolé, Isabelly Aurora, Enzo Felipe da Silva Oliveira (Mano Queixo) e Aynara Ramilly, investigados por meio da Operação Dracma, da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) serão ouvidos durante audiência de instrução e julgamento, nesta sexta-feira, 1º/3, sob a acusação de promoverem rifas ilegais.
Além dos influenciadores, quatro pessoas são acusadas de intermediarem o recebimento dos recursos indevidos, obtidos com as rifas. Réus e testemunhas serão ouvidos por meio de vídeoconferência.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, responsável pela investigação, os influencers utilizavam as redes sociais para divulgar sorteios clandestinos e movimentar valores para camuflar transações financeiras, desviando dinheiro para a compra de carros de luxo e mantendo os recursos em uma empresa de fachada. A movimentação também dificultava a fiscalização e controle do Ministério da Economia.
Durante a investigação, a PC-AM descobriu que parte dos prêmios já era adquirida em nome dos ganhadores antes mesmo dos eventos ocorrerem, sugerindo a participação dos próprios ganhadores no esquema criminoso.
Os acusados poderão responder por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato, de acordo com a gravidade das acusações.
Relembre o caso
Em 29 de agosto de 2023, oito pessoas foram indiciadas por 11 crimes distintos após a Polícia Civil concluir o inquérito policial sobre a venda de rifas ilegais. Entre os detidos estavam os influencers Aynara Ramilly, Mano Queixo, Isabelly Aurora e Lucas Picolé.
A investigação, que resultou na Operação Dracma, foi deflagrada no início de 2023 e foi conduzida em duas fases: nos dias 29 de junho e 5 de julho.
Os trabalhos policiais apuraram uma organização criminosa responsável por gerir um esquema de rifas clandestinas e ilegais, além de promover a dissimulação e lavagem de dinheiro decorrente dessas práticas.
A operação resultou na apreensão de uma tonelada de produtos de vestuário falsificados, dez carros, 175 unidades de drogas sintéticas (LSD), além de munições de fuzil.
Descobriu-se também que Lucas Picolé estava envolvido com tráfico de drogas sintéticas e negociação de armas e munições.
Em 20 de setembro, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) apresentou denúncia contra os envolvidos, acrescentando acusações de organização criminosa e sonegação fiscal ao rol de crimes.