Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), enfrenta uma mudança para a sua campanha eleitoral: ele precisará abandonar sua marca registrada, o Celta prata modelo 2010.
A decisão foi tomada após Boulos receber ameaças de morte, levando-o a optar por utilizar um carro blindado em seus deslocamentos. As ameaças foram tornadas públicas pelo próprio pré-candidato em suas redes sociais nessa quarta-feira, 28/2.
“Vocês sabem que a gente sempre denunciou esse papel de violência, de ódio, de cultura de utilização que o bolsonarismo representa no país e na política brasileira. São pessoas que não sabem lidar com a diferença. Para eles, a diferença tem que ser anulada, aniquilada, ameaçada. Nós sempre tivemos muita firmeza para denunciar, enfrentar o bolsonarismo e defender as nossas posições políticas com convicção”, afirmou o pré-candidato.
Boulos denunciou o aumento das ameaças nos últimos meses, especialmente à medida que as eleições municipais se aproximam.
“Isso não é de hoje, já me rendeu várias ameaças nas redes sociais. O problema é que se intensificou essas ameaças, se intensificaram muito nos últimos meses, conforme vai se aproximando as eleições em São Paulo, muito importantes não só para a nossa cidade, mas para o Brasil. Então, com um conjunto de ameaças que vieram agora nos últimos dois meses, uma intensificação grande. A gente juntou, abriu uma denúncia na Polícia Federal.”
Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo
Em resposta, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar os autores das ameaças, mas optou por não divulgar detalhes para não prejudicar a apuração. O candidato ressaltou que as ameaças não o intimidarão, reafirmando sua firmeza em defesa de suas posições políticas.
“O diretor-geral da PF abriu, por sua vez, um inquérito policial, para identificar os autores dessas ameaças, puni-los, vão ser chamados pela Polícia Federal. Então, tomamos essa medida e, ao mesmo tempo, também decidimos, junto com a coordenação da nossa pré-campanha, tomar medidas de segurança”, explicou Boulos.
O “Celtinha prata” tornou-se uma marca da campanha de Boulos nas eleições anteriores, mas agora será substituído por um carro blindado para garantir a segurança não apenas do candidato, mas também de sua família, uma vez que as ameaças se estenderam a eles.
“Já nessa pré-campanha e na campanha, eu vou passar a usar um carro blindado para resguardar a integridade física, não só minha, da minha família, que essas ameaças se estendem também para a família, essa turma é covarde, não tem limite. Mas o que eu quero dizer para vocês é que isso não vai nos fazer dar um passo atrás. Nós não vamos nos intimidar por causa de ameaça bolsonarista, não vamos recuar nas nossas posições, vamos seguir firme em defesa do que a gente acredita para São Paulo e para o Brasil”, concluiu.
Ameaças
Este não é o primeiro incidente envolvendo Boulos e ameaças. Em setembro de 2022, o político relatou um episódio no qual foi ameaçado por um homem armado durante um ato de campanha em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.
Os advogados de Boulos optaram por acionar a PF em vez da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP), alegando que um dos possíveis autores das ameaças faz parte das forças de segurança pública estadual.
Eles destacam que o atual secretário de Segurança, Guilherme Derrite, é um opositor político conhecido de Boulos e seu campo político.
A PF destacou que não divulgará detalhes para não prejudicar a investigação em curso.