Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Santuário Arquidiocesano São José Operário anunciou a celebração da “Solenidade de São José, Esposo da Virgem Maria 2024”, com a temática “Com José, sonhar os sonhos de Deus”. A festividade será realizada na próxima terça-feira, 19/03, com novenas tradicionais, procissão e missa solene, presidida pelo cardeal Dom Leonardo, arcebispo metropolitano de Manaus.
O evento ocorrerá nas dependências do Santuário, localizado no bairro Praça 14 de Janeiro, zona Sul da cidade. Para preparar os fiéis, o Santuário organiza o Tríduo entre os dias 16 e 18/03, com missas às 18h. No domingo, 17/03, o horário muda para 17h.
Em entrevista exclusiva ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, neste sábado, 16/3, o Padre Francisco Lima falou da importância de compreender o papel de São José na história da salvação e como exemplo de fé e obediência.
Nascido no Ceará, Padre Francisco vive em Manaus desde 1975 e destaca sua ligação com a região norte e com sua terra natal. Ele ressalta a devoção a São José e sua influência na compreensão dos desígnios divinos.
“Eu cheguei aqui com 8 anos de idade. Cresci no bairro da Alvorada. Uma vez eu recebi de presente um livro intitulado ‘Ananideua’, com a seguinte dedicatória: ‘Para o cearense amazonense mais paraense que já conheci’. Eu trabalhei em Ananideua, na região metropolitana de Belém, nos últimos 3 anos. Por isso, tenho algum sotaque paraense. E fico honrado porque amo muito aquela terra. Eu sou uma mistura. Sou um verdadeiro caxeiro-viajante, como todo bom cearense”, apresentou-se.
Segundo o religioso, o tema central das celebrações é a relação entre São José e a vontade de Deus, exemplificada pelos sonhos que o santo teve.
“O tema vai nos guiar para conhecer melhor a relação de São José com Deus, por meio dos momentos de diálogo que o Senhor tem com ele, quando revela a sua vontade através dos sonhos”, continuou.
Também, o sacerdote acrescentou que a mensagem principal dos festejos é colocar Jesus no centro da vida cristã e seguir o exemplo de São José, que dedicou sua vida ao serviço de Deus e à proteção da Sagrada Família.
“O ponto principal é que o centro da nossa vida cristã é Jesus. Somos chamados pelo nosso batismo a ser discípulos missionários do Senhor, ou seja, entender e compreender a vocação do discipulado. E como missionários, saber que o Senhor nos chama também e nos envia para o encontro das pessoas, sobretudo das mais necessitadas.”
Afirmou o padre, que é carinhosamente conhecido pelos fiéis como Chicão.
Ele também explicou como a resiliência e a obediência de São José podem ser aplicadas no cotidiano, inspirando a paternidade, a escuta e a sabedoria nas decisões.
“O primeiro sonho de José está relacionado com o nosso tema, que foi compreender que aquilo que estava acontecendo em Maria, por revelação de Deus, era obra do próprio Deus, obra do Espírito Santo. Então, ele compreende o seu lugar dentro desse projeto e se coloca totalmente à disposição do projeto de Deus. A sua resiliência nasce não só da sua questão pelo seu grande valor humano, mas também pela sua profunda compreensão espiritual, ao se colocar numa atitude de obediência”, explicou.
Ele enfatizou também que José ensina a importância da paternidade, da bondade e da proteção, assim como o valor do silêncio e da escuta ativa. Para o padre, São José é um exemplo de como viver a vontade de Deus no dia a dia, tomando decisões sábias que geram vida e promovendo a proteção e cuidado ao próximo.
“José nos ensina que devemos viver a vontade de Deus no dia a dia. A primeira coisa é o exercício da paternidade para nós, homens, da bondade, da proteção e da acolhida. Depois, também ensina o valor do silêncio, que não é a ausência de barulho, mas de se colocar à escuta de Deus, da vida e das pessoas para, a partir daí, sermos capazes de tomar as decisões com sabedoria e que gerem vida”, ensinou.
“Portanto, José nos ensina o valor da proteção. Todos nós podemos também ser ‘José’, no sentido de que Deus nos colocou no mundo para proteger e cuidar das pessoas. Se cuidamos mais uns dos outros, evitamos tantas coisas, sinais, palavras de violência. Evitamos, por exemplo, a atitude da indiferença, da ausência. Então, São José é o santo do dia a dia, do cotidiano. Essa é a percepção que tenho, que nasce da minha sensibilidade e como eu percebo São José”, declarou.