Gabriel Lopes – Rios de Notícias
COARI (AM) – Após um grande tumulto na convenção partidária de Adail Pinheiro (Republicanos), nessa segunda-feira, 6/8, o político anunciou através das suas redes sociais o seu candidato a vice-prefeito: Emanuel Pinheiro (União Brasil), que é seu filho. Adail busca voltar a comandar a Prefeitura de Coari, a 366 quilômetros de Manaus.
“Foi uma festa muito bonita que foi interrompida por um atentado à democracia em que infelizmente tivemos que suspender a convenção e não deu tempo de eu falar […] Então quero aproveitar a oportunidade e informar a todos que o meu vice será o meu filho Emanuel Pinheiro, do partido União Brasil”, declarou Adail Pinheiro.
Segundo informações dos policiais militares do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), por volta das 20h, com a convenção já em andamento, vândalos teriam estourado “bombinhas” para simular tiros, dando início ao tumulto após exibirem um simulacro, o que causou pânico e correria entre as pessoas presentes no evento.
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Adail Pinheiro já foi prefeito de Coari entre 2005 e 2008. Ele foi eleito novamente em 2012, mas acabou sendo cassado em fevereiro de 2014, por suspeitas de corrupção e exploração sexual de crianças e adolescentes.
“Eu queria aproveitar a oportunidade para agradecer as mais de 30 mil pessoas que compareceram nesse ato democrático. Foi uma festa linda. Eu quero aproveitar a oportunidade para agradecer o apoio do governador [Wilson Lima], do senador Omar Aziz, do senador Eduardo Braga, do senador Plínio Valério”, declarou o político.
O ex-prefeito também agradeceu o apoio do deputado federal Silas Câmara (Republicanos), que é líder do seu partido; do deputado federal Adail Filho (Republicanos) e da deputada estadual Mayara Pinheiro (Republicanos), que também são seus filhos; e do atual prefeito de Coari, Keitton Pinheiro (União Brasil), que é seu sobrinho.
Histórico
A Justiça do Amazonas condenou Adail Pinheiro, em novembro de 2014, a 11 anos e dez meses de prisão pelos crimes de favorecimento à prostituição, indução à satisfação de impulsos sexuais e por submeter crianças e adolescentes à prostituição e exploração sexual.
Diversas reportagens do Fantástico, da TV Globo, mostraram, no início de 2013, depoimentos de vítimas e testemunhas que acusavam Adail Pinheiro de ser chefe de uma quadrilha que explorava sexualmente meninas de 9 a 15 anos.
Em 2010, a Justiça Federal condenou Adail à pena de mais de 57 anos de prisão, em ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em decorrência da Vorax. O ex-prefeito foi condenado por desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e particular, falsidade ideológica e corrupção.
Adail Pinheiro recebeu indulto e teve pena de prisão extinta, em janeiro de 2017, após se enquadrar nos requisitos do perdão presidencial, cujas regras foram estabelecidas pelo então presidente Michel Temer (MDB).
O ex-prefeito teve seus direitos políticos devolvidos, por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), em sessão, no dia 15 de março deste ano.