Gabriel Lopes – Rios de Notícias
COARI (AM) – Adail Pinheiro (Republicanos) retornou oficialmente ao poder em Coari, a 363 quilômetros de Manaus, após sessão solene realizada nessa quarta-feira, 1º de janeiro, no Auditório Municipal Silvério José Nery. O filho do político, Emanoel Pinheiro (União Brasil), também foi empossado como vice-prefeito.
“Hoje, ao assumir o cargo de prefeito de Coari, renovo meu compromisso com o bem-estar de cada cidadão deste município. Meu objetivo será trabalhar incansavelmente para promover o desenvolvimento, o progresso, a segurança e assegurar que todos tenham acesso a serviços públicos de qualidade”, declarou o prefeito empossado.
A cerimônia contou com a presença de vereadores, autoridades políticas, familiares e coarienses. Adail Pinheiro deve governar o município entre 2025 e 2028, após o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) decidir manter sua elegibilidade para a prefeitura de Coari, em novembro do ano passado.
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A decisão pôs fim a uma série de disputas judiciais após ele ser alvo de processos de impugnação, apresentados pelos ex-candidatos à prefeitura de Coari Dr. Raione Cabral (Mobiliza) e Harben Avelar (PBM), que afirmaram inviabilidade na candidatura de Adail pois ele estaria com os direitos políticos suspensos até 2027.
Condenado por corrupção e por explorar sexualmente crianças e adolescentes, Adail Pinheiro esteve como prefeito de Coari entre 2005 e 2008. Ele foi eleito novamente em 2012 e cassado em fevereiro de 2014. Agora, depois de ter um filho e um sobrinho à frente da prefeitura, ele retorna ao cargo de prefeito.
Histórico
A Justiça do Amazonas condenou Adail Pinheiro, em novembro de 2014, a 11 anos e dez meses de prisão pelos crimes de favorecimento à prostituição, indução à satisfação de impulsos sexuais e por submeter crianças e adolescentes à prostituição e exploração sexual.
Diversas reportagens do Fantástico, da TV Globo, mostraram, no início de 2013, depoimentos de vítimas e testemunhas que acusavam Adail Pinheiro de ser chefe de uma quadrilha que explorava sexualmente meninas de 9 a 15 anos.
A polícia conseguiu descobrir o crime após interceptação de conversas da Operação Vorax, da Polícia Federal (PF), de 2008, que também resultou na condenação dele por desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e particular, falsidade ideológica e corrupção.
Adail Pinheiro recebeu indulto e teve pena de prisão extinta, em janeiro de 2017, após se enquadrar nos requisitos do perdão presidencial, cujas regras foram estabelecidas pelo então presidente Michel Temer (MDB).