Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após uma empresa estatal chinesa comprar por R$ 2 bilhões a maior reserva de cassiterita (minério de estanho) do Brasil, localizada na mina de Pitinga, no município de Presidente Figueiredo, surgiram diversas dúvidas sobre quais as atividades extrativistas ocorrem no Amazonas.
Com o objetivo de esclarecer o tema, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS reuniu informações sobre os pólos de exploração na região, que além de fortalecerem o consumo local pujante, resulta em índices significativos de exportação advindos da mineração no interior do estado.
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O desempenho comercial do estado em outubro de 2024 registrou um total de US$ 1,43 bilhão na Corrente de Comércio, que representa a soma das exportações e importações. As exportações atingiram US$ 56,42 milhões, com a Alemanha consolidando-se como principal destino.
Apesar de um déficit de US$ 1,32 bilhão, os números destacam a importância das transações internacionais para a economia do estado. A análise foi divulgada no dia 21 de novembro, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).
Alemanha, China e EUA
O ouro em outras formas semimanufaturadas destacou-se como principal produto enviado para a Alemanha, representando 99,76% das exportações para o país, com um montante de US$ 14,30 milhões. Por outro lado, as importações somaram US$ 1,37 bilhão, tendo a própria China, que comprou a Pitinga, como principal origem.
O destaque foi para os US$ 99,32 milhões arrecadados, representando 17,99% das importações chinesas. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, fornecendo outros óleos de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações no valor de US$61,34 milhões, equivalentes a 41,52% das importações norte-americanas.
Presidente Figueiredo, com Pitinga, liderou pela segunda vez consecutiva, exportando US$ 5,70 milhões em ferro-ligas para a China. Borba destacou-se com exportações de pedras preciosas (exceto diamantes) para os Estados Unidos, totalizando US$ 201,61 mil.
Campo do Azulão
O campo de Azulão é um campo de gás natural localizado nos municípios de Silves e Itapiranga, que foi descoberto em 1999 e passou a ser explorado pela empresa Eneva a partir de 2018, sendo o primeiro a produzir gás natural na Bacia do Amazonas.
O local foi desenvolvido com o objetivo de gerar energia para abastecer Roraima, estado que ainda não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O gás produzido no campo é liquefeito, armazenado e transportado em carretas criogênicas até a Usina Jaguatirica II, em Boa Vista, capital roraimense.
O Projeto Azulão 950 consiste na instalação de duas usinas termelétricas (UTEs) a gás natural em Silves, utilizando combustível da Bacia do Amazonas. Com capacidade instalada de 950MW e escoamento a ser feito pelo SIN, a energia gerada será suficiente para abastecer mais de 3,7 milhões de residências em todo o Brasil, a partir do final de 2026.
Província de Urucu
Na Província Petrolífera de Urucu, no município de Coari, são explorados petróleo e gás natural. A região é a maior reserva provedora de petróleo e gás natural do Brasil. Descoberto em 1986, o campo chama a atenção pelo desafio de produzir petróleo com respeito ao meio ambiente e redução dos impactos da atividade sobre a região.
A Petrobras é responsável pela exploração e produção de petróleo e gás natural na região, que está localizada na Bacia do Solimões. A empresa afirma que as atividades são realizadas com alta tecnologia e com cuidado para preservar o meio ambiente e as comunidades tradicionais.
O Gasoduto Urucu-Coari-Manaus é uma infraestrutura que liga o Polo Arara, na região de Urucu, à Refinaria da Amazônia (Ream), em Manaus. A construção do gasoduto foi realizada pela estatal Petrobras e inaugurada em 2011.
Potássio em Autazes
A Potássio do Brasil planeja investir US$ 2,5 bilhões na exploração de potássio em Autazes. O projeto inclui a construção de minas, um porto fluvial e uma usina de concentração, além da criação de programas de preservação do meio ambiente, educação ambiental e geração de empregos.
O município possui uma das maiores jazidas de potássio do mundo, com uma reserva mineral de mais de 170 milhões de toneladas. O potássio é um dos principais ingredientes dos fertilizantes, que são essenciais para aumentar a produção agrícola. O complexo também deve produzir cerca de 1,1 milhão de toneladas de sal de cozinha.
A exploração de potássio em Autazes é bem vista pelo mercado brasileiro, que atualmente importa 98% do potássio que precisa. A empresa pretende fornecer 20% do potássio necessário ao Brasil a partir de 2027. O projeto também pode abrir caminho para outras linhas econômicas.