Redação Rios
AMAZONAS – O Amazonas registrou 1.674 casos confirmados por critério laboratorial de febre Oropouche, entre os dias 1/1 a 29/2. Com esses dados, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), confirmou um aumento significativo e acima da normalidade da doença, o que fez o Governo do Amazonas declarar surto da doença.
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O total de casos no ano passado não chegou a mil ocorrências. Até o momento não há registros de óbito, casos graves, nem aumento de internações na rede estadual ocasionados pela febre Oropouche.
As arboviroses são comuns nos meses mais chuvosos do ano, entre novembro e maio, considerado o período sazonal dessas doenças. O aumento no número de casos de febre Oropouche em 2024, se explica conforme a FVS-RCP, pela capacidade ampliada de detecção do vírus por laboratório.
O pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, avalia que o reconhecimento de surto chegou tardiamente e de forma equivocada. O especialista afirma que o estado já registra uma epidemia desde dezembro com a alta anormal de casos, principalmente a capital Manaus.
“Esse não é o termo apropriado. Surto usa-se para minimizar um problema sanitário. Surto, em teoria, é um evento de baixa magnitude, ou seja, que atinge um baixo número de pessoas e por um período de tempo curto. Nós estamos falando de uma epidemia em curso há oito meses, pelo menos, e que já foram diagnosticados cerca de dois mil casos. Na prática, nós devemos ter, pelo menos, dez mil pessoas que tiveram a doença, mas que não foi possível fazer esse diagnóstico”, avalia o pesquisador.
Para enfrentamento das arboviroses em geral, a FVS-RCP esclarece que tem desenvolvido ações de mobilização social com distribuição de materiais educativos, promoção e apoio em eventos alusivos ao combate às arboviroses e veiculação em mídia de informativos para eliminação de criadouros.
O vírus Oropochue é endêmico da Amazônia e vem registrando surtos no Brasil desde a década de 1970. Diferentemente da dengue, que tem como mosquito transmissor o Aedes Aegypti, o Oropouche é transmitido pela picada do Culicoides paraenses, mais conhecido como maruim. Os sintomas são o mesmo da dengue: febre, dor de cabeça, dor nas articulações, vômito, diarreia.
As medidas de prevenção contra a Febre Oropouche envolvem, ainda, evitar a picada do mosquito infectado, fazer uso de repelentes, roupas compridas, usar cortina e mosquiteiros nas áreas rural e silvestre.
*Com informações da Agência Brasil