Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em levantamento feito nos últimos cinco anos, o Amazonas aparece em primeiro na lista dos Estados com o maior índice de detecção de Aids entre as unidades federativas do Brasil. Os dados são do Boletim Epidemiológico 2023 do Ministério da Saúde.
Com o aumento da detecção da doença ao longo dos anos, o levantamento mostra que entre 2018 e 2022 o Amazonas lidera o ranking da taxa de detecção de Aids, com 33,3%. Em 2022, o Estado registrou o segundo maior índice de detecção da doença para cada 100 mil habitantes com 32,3%, atrás apenas de Roraima (34,5%).
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Diferente de grande parte das regiões do país que apresentou queda na detecção de Aids, o Amazonas registrou uma elevação de 8% na taxa de detecção da doença entre 2012 e 2022, de 29,9% para 32,3%.
O aumento da taxa de detecção de Aids no Amazonas reflete a mesma tendência da região Norte. Nos últimos 10 anos, todas as regiões do Brasil apresentaram queda na taxa de detecção de Aids, enquanto que o Norte obteve um aumento de 20,1%, com 25,7 casos para cada 100 mil habitantes.
Em relação à lista dos Estados do país a partir do índice composto, ferramenta que cruza dados como mortalidade, detecção e outros índices relacionados à Aids, a pesquisa revela que o Amazonas também aparece em primeiro, entre os anos de 2018 e 2022, com 6,2%. Logo atrás, Amapá (5,9%) obteve o segundo maior índice composto, seguido do Pará (5,8%).
Entre as capitais, duas da região Norte se destacam pelo alto índice de detecção de Aids em 2022: Belém e Manaus registraram respectivamente 58,4 e 54,1 casos para cada 100 mil habitantes. Já nos últimos 10 anos, Manaus é a terceira colocada entre as capitais com as maiores taxas de detecção da doença.
Subnotificação
Diferente do Amazonas e da região Norte, o boletim mostra que os casos de Aids têm diminuído no Brasil. No entanto, o estudo ressalta que a redução do índice de casos da doença pode estar relacionada com a diminuição de testagens ou subnotificações durante a pandemia da Covid-19.
Conforme o boletim, a subnotificação de casos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação prejudica as ações para o combate da doença no país.
“Além disso, a ausência de registro pode comprometer a racionalização do sistema para o fornecimento contínuo de medicamentos e as ações direcionadas às populações-chave e populações mais vulneráveis. Portanto, reforça-se a necessidade da notificação de todos os casos de HIV e de aids no Sinan, assim como a melhoria da qualidade e da completitude no preenchimento da ficha de notificação e investigação de casos”, diz o boletim.