Redação Rios
MANAUS (AM) – Dois casos da forma aguda da Doença de Chagas foram confirmados no Amazonas em 2025, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). Os registros ocorreram por vias distintas: um por transmissão vetorial, através do contato direto com o inseto barbeiro, e outro por via oral, relacionada ao consumo de alimento contaminado.
O alerta foi reforçado nesta segunda-feira, 14/4, durante as ações em alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas. A enfermidade, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é considerada negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e representa um risco silencioso, especialmente em regiões com presença do vetor.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o combate à doença exige uma abordagem integrada. “No Amazonas, o barbeiro é encontrado com frequência em palmeiras como a do açaí e do buriti. Por isso, é essencial garantir boas práticas na colheita, manipulação e preparo desses alimentos, sobretudo em áreas rurais”, afirma.
O responsável técnico da Vigilância Epidemiológica da FVS-RCP, Alexsandro Melo, reforça a importância do diagnóstico precoce. “Ao perceber sintomas suspeitos, é fundamental procurar imediatamente uma unidade de saúde. O tratamento é mais eficaz quando iniciado nas fases iniciais da doença”, explica.
Formas de Transmissão e Prevenção
Transmissão vetorial
Ocorre quando o inseto barbeiro pica a pessoa e defeca na pele. Ao coçar o local, o parasita pode entrar no organismo.
Prevenção:
- Vedação de rachaduras em paredes e telhados;
- Instalação de telas em portas e janelas;
- Higienização do ambiente doméstico;
- Uso de roupas de manga longa e repelentes em regiões de risco.
Transmissão oral
Acontece pela ingestão de alimentos contaminados com fezes ou fragmentos do barbeiro, como açaí, buriti, abacaba e cana-de-açúcar.
Prevenção:
- Lavar bem frutas e vegetais antes do preparo;
- Comprar polpas e produtos de locais inspecionados;
- Evitar alimentos crus de procedência duvidosa.
A FVS-RCP reforça que a prevenção é o principal caminho para evitar novos casos e ressalta que, embora a doença não seja de fácil transmissão, o cuidado com os alimentos e o ambiente pode salvar vidas.
*Com informações da assessoria