Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) tem evitado os holofotes desde que se envolveu em uma controvérsia em torno da escala 6×1, que estabelece um dia de folga a cada seis dias trabalhados.
A declaração inicial do parlamentar contra a medida, sob a justificativa de que poderia “prejudicar a economia”, gerou críticas negativas, especialmente entre seus eleitores, que o acusaram de insensibilidade às demandas dos trabalhadores.
Nas redes sociais, a reação foi contundente. Entre os comentários de seguidores, destacam-se frases como: “Aqui jaz a carreira política de Amom Mandel” e “Você conseguiu decepcionar todos os seus eleitores. O que esperar de um herdeiro que nunca precisou trabalhar?”.
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Diante da pressão, Amom assinou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), da deputada Érika Hilton (PSOL-SP) que propõe o fim dessa modalidade de trabalho.
Outro aspecto notável é o silêncio do parlamentar nas redes sociais. Amom, conhecido por seu perfil ativo no Instagram e sua abordagem política moderna e digital, está há mais de uma semana sem publicar conteúdos em sua principal plataforma no instagram. O comportamento contrasta com sua habitual presença online e reforça a impressão de um “recuo estratégico” após a repercussão negativa.
A última publicação foi relatando sua ida a COP 29, em Bacu, no Azerbaijão. O deputado participou do evento representando a Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara para discutir novas propostas e soluções para o meio ambiente.
Repercussões e desgaste político
A polêmica em torno do projeto 6×1 não é o único desafio enfrentado por Amom Mandel. Após sua derrota nas eleições municipais de Manaus, onde ficou em terceiro lugar, o parlamentar já vinha lidando com críticas de adversários e uma campanha de desconstrução de sua imagem.
A decisão de apoiar a chapa bolsonarista de Alberto Neto (PL) e Maria do Carmo (Novo) no segundo turno ampliou a insatisfação entre seu público de centro-esquerda, que considerou a aliança uma traição a seus ideais. Nas redes sociais, a indignação foi clara: “Se aliou à velha política. Era melhor ficar neutro”, criticou uma seguidora.
Desafios para 2026
Amom enfrenta agora o desafio de reconstruir sua base de apoio para a reeleição em 2026. Além de disputar uma eleição mais competitiva, ele terá de lidar com as limitações estruturais de seu partido, considerado “nanico”, com baixa representação no Congresso e pouca estrutura local.
Sem grandes nomes para formar uma chapa sólida e sem acesso significativo a recursos partidários ou tempo de propaganda eleitoral, Amom pode encontrar dificuldades para repetir o sucesso que o levou à Câmara dos Deputados.