Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após o governador do Amazonas, Wilson Lima, cobrar investimentos da gigante tecnológica Amazon para o Amazonas, representantes da Bezos Earth Fund anunciaram, na COP 28, em Dubai, a destinação de cerca de US$ 16,3 milhões para o Pará.
A notícia sobre o envio de dinheiro para o Estado do Pará foi feita na sexta-feira, 2/12. Dois dias antes, o governador Wilson Lima cobrou recursos de Jeff Bezos por usar o nome “Amazon” pela empresa norte-americana.
O nome da multinacional faz referência ao rio Amazonas. Conforme Wilson, a discussão sobre o uso da marca da empresa e os investimentos ao Amazonas seria feita na COP28.
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No entanto, apesar do pedido do governador Wilson Lima, a Amazon anunciou que destinará os recursos “à planos inovadores do Estado do Pará”.
De acordo com a Bezos Earth Fund, o montante destinado ao Pará tem como objetivo atingir o desmatamento zero na Amazônia nos próximos três anos e assim criar “o maior sistema de rastreabilidade animal do mundo”.
“Juntamente com a The Nature Conservancy, IMAFLORA, Earth Innovation Institute, Aliança da Terra e outros parceiros, podemos rastrear carne, lacticínios e couro para eliminar a desflorestação das cadeias de valor e trazer incentivos florestais positivos para criadores de gado e pecuaristas”, diz a nota da Bezoz Earth Fund.
A Bezos Earth Fund encaminhou, no total, cerca de US$ 57 milhões a projetos relacionados à alimentação e meio ambiente. Outros US$ 850 milhões devem ser destinados aos setores atè 2030.
O Governo do Amazonas tem uma reunião com a Amazon na próxima terça-feira, 5/12, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Amazon e uso da marca
Ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, a advogada Talytha Campos ressaltou que a declaração do governador sobre a Amazon fazer uso da marca não possui respaldo jurídico, uma vez que a empresa não está relacionada às características da região Amazônica nem a produtos de origem da região.
“Então assim, a empresa Amazon não traz características da região Amazônica, tampouco com relação a produtos de origem Amazônica. Então, a fala do governador foi totalmente desassistida de uma equipe jurídica, porque ele falou coisas que não tem embasamento legal nenhum”, explicou a advogada.