Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A venda de rifas ilegais, principalmente as de plataformas eletrônicas, tem impactado diversas pessoas na capital amazonense. A atividade é um problema por não possuir qualquer tipo de fiscalização, como também, muitas vezes, se relaciona com outros tipos de crimes.
O titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), delegado Cícero Túlio, explicou que a venda de rifas se configura como um crime de menor potencial ofensivo. No entanto, geralmente, a atividade cruza com outras ações ilícitas praticadas por organizações criminosa.
Um exemplo é a “Operação Dracma”, deflagrada em julho, que resultou na prisão dos influenciadores Lucas Picolé e Isabella Aurora por venda de rifas ilegais, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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De acordo com o delegado, a operação Dracma identificou que o grupo conseguia manipular os sorteios, até mesmo poucos minutos antes do resultado, como também, conseguiam direcionar os recursos para um ganhador escolhido por eles. Ele destaca que a manipulação é uma característica comum entre os sorteios ilegais.
“Existe a impossibilidade de haver uma fiscalização e uma auditoria sobre esses sorteios, então não se sabe até que ponto eles podem ser manipulados ou não”, detalhou o delegado.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, no Brasil, a diferença entre rifas ilícitas e legais é feita a partir do direcionamento dos recursos obtidos com as vendas das rifas. Além disso, as rifas legalizadas possuem autorização do Ministério da Fazenda.
“Notadamente aqui no Brasil, qualquer rifa que não tenha o cunho de destinar esses recursos para entidades beneficentes, ou para algo com cunho filantrópico, tem cunho ilícito. Por conta disso é considerado uma contravenção penal”
Cícero Túlio, delegado
Apostas
Os jogos de aposta nas redes sociais, como o famoso “Jogo do Tigrinho”, também têm acumulado reclamações de jogadores prejudicados pela atividade.
Conforme o delegado Cícero Túlio, elas se diferenciam das apostas legais, as quais é possível ter um controle de uma disputa, como a corrida de cavalo. Nesta plataforma, o apostador consegue ver e acompanhar o cenário de apostas, diferente das plataformas eletrônicas.
“Existe um algoritmo nas plataformas que faz com que as pessoas depositem inicialmente valores baixos, e se empolguem, porque inicialmente começam a ganhar uma grande quantidade de valores financeiro. Posteriormente, o algoritmo acaba pinçando esses seguidores, e eles acabam ficando presos naquele jogo, e se endividando, como uma espécie de vício”, pontua o delegado Cícero Túlio.
Influenciadores já foram presos em alguns Estados do país por divulgar jogos de apostas. Segundo Cícero Túlio, eles fomentam o uso dos jogos para os seguidores, e lucram com a atividade ilícita.
“Cada pessoa que acessa essa plataforma por meio do link que eles disponibilizam faz com que parte daquele recursos adentrem nos ativos financeiros daquela pessoa”, apontou Cícero Túlio.