Redação Rios
Um atentado racista deixou três pessoas negras mortas no sábado, 26/8, na Flórida, nos Estados Unidos. Em um dos ataques, ele atirou no carro de uma das vítimas, enquanto ela estava sentada no veículo. As outras duas pessoas foram mortas dentro de uma loja, disse o xerife Jacksonville neste domingo, 27.
O atirador Ryan Palmer, 21, comprou legalmente as armas nos últimos meses, embora já tivesse sido internado involuntariamente para um exame de saúde mental em 2017, disse o xerife TK Waters. Ele se suicidou depois de matar as três vítimas.
Os baleados no ataque que ocorreu neste sábado numa loja Dollar General foram identificados como Angela Michelle Carr, 52, baleada em seu carro; o funcionário da loja AJ Laguerre, 19, atingido enquanto tentava fugir; e o cliente Gerrald Gallion, 29, que foi alvejado ao entrar na loja.
Palmer usou um rifle semiautomático AR-15 e uma pistola Glock no atentado, disse Waters. Ele morava com seus pais no condado vizinho de Clay e mandou uma mensagem para seu pai durante o tiroteio, pedindo para que este arrombasse seu quarto. O pai encontrou uma nota de suicídio, um testamento e anotações que Waters descreveu como racistas.
Racismo e política
Uma das armas usadas pelo assassino continha uma suástica e o atirador deu declarações racistas antes do tiroteio. O crime ocorreu a um quilômetro da Universidade Edward Waters, uma pequena instituição historicamente negra. Ele se matou no local. “Ele odiava os negros”, disse o xerife.
No culto da Igreja St. Paul AME, autoridades disseram que ataques racistas como o de sábado são encorajados pela retórica política contra o combate ao racismo e pelas políticas do governo estadual lideradas pelos republicanos e pelo governador Ron DeSantis. “Devemos ser claros, foi uma violência racista incentivada pela retórica e políticas destinadas a atacar os negros, ponto final”, disse a deputada estadual Angie Nixon, uma democrata de Jacksonville e uma das várias autoridades que falou durante o culto na igreja.
“Não podemos ficar de braços cruzados enquanto a nossa história está sendo apagada, enquanto as nossas vidas estão sendo desvalorizadas, enquanto a consciência está sendo atacada”, disse Nixon.
Angie Nixon, deputada estadual
O atirador usava colete à prova de balas, agiu sozinho e não havia provas de que fizesse parte de um grupo, segundo o xerife.
* Com informações da Agência Estado