Patrick Motta Jr – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – No dia 11 de setembro de 2001, o mundo presenciou uma série de ataques terroristas coordenados pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda contra os Estados Unidos, que resultou na morte de 2.977 pessoas.
Há 23 anos, o World Trade Center – um grande complexo de sete edifícios na região de Lower Manhattan, Nova Iorque -, o Pentágono (sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em Washington), e um campo no estado da Pensilvânia, foram atingidos por quatro aviões comerciais sequestrados por terroristas da Al-Qaeda.
Os primeiros dois aviões atingiram as torres Norte e Sul (também conhecidas como torres gêmeas), e a tragédia foi noticiada pelos meios de comunicação ao redor de todo o globo.
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No Brasil, a grande repercussão sobre o caso não foi diferente. Os cidadãos seguiam suas rotinas quando os veículos de comunicação noticiaram a colisão do primeiro avião contra a torre Sul do World Trade Center, mudando as programações para a cobertura do colapso.
Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, especialistas abordaram a importância de recordar o caso que marcou o mundo. De acordo com o professor, historiador, escritor e jornalista Aguinaldo Figueiredo, tragédias como esta não podem morrer no esquecimento.
“Todas as tragédias de grandes dimensões não podem ser esquecidas. Ainda há pouco, em agosto, relembramos o ataque nuclear contra as cidades japonesas, e hoje em dia assistimos inertes às tragédias dos palestinos e dos nossos irmãos Ianomâmis. As lembranças servem, então, para que não esqueçamos o quanto elas nos trazem dor, tristeza e, o sentimento de impotência em evitar que elas se repitam“, disse.
Naquele momento da catástrofe, Aguinaldo estava em sua casa assistindo à programação local, quando foi interrompido pelo plantão de cobertura do atentado. “Eu estava deitado na mesma cama que estou agora, e fiquei até às 17h assistindo o desenrolar da tragédia”, falou.
O professor de história Lucas Premoli tinha 4 anos e estava na escola quando o atentado às Torres Gêmeas tomava conta das programações de TV.
“Eu era pequeno. Segundo minha mãe, eu estava na escola e ela imediatamente mandou meu pai ir me buscar achando que era algum tipo de fim de mundo“, relatou.
Tensão nos Estados Unidos
Premoli também falou sobre relembrar a data, que possivelmente foi um dos piores acontecimentos do século.
” Pros estadunidenses eu creio que isso – a lembrança da data – seja importante para relembrar as vidas perdidas nesse fatídico dia. Enquanto historiador, o 11 de setembro foi provavelmente um dos maiores acontecimentos do século XXI, marcando o início da chamada “Guerra ao Terror”, levando os EUA a invadir o Afeganistão e o Iraque”, explicou o docente.
O evento trágico, conforme explicou o professor de história, causou mudanças nos Estados Unidos, inclusive sugerindo as motivações das tensões entre o país e a região do Oriente Médio.
“Naquele momento, também ocorre expansão das políticas de segurança interna nos EUA e em outros países, alterando leis e normas relacionadas à vigilância, imigração e direitos civis. Através da lembrança do episódio, podemos entender as razões por trás da presença militar prolongada dos EUA no Oriente Médio, e as tensões geopolíticas que persistem na região”, contou Premoli.
O professor Fábio Pedrosa também era criança quando presenciou as notícias acerca dos ataques, enquanto assistia desenho na TV.
“Eu tinha 4 anos na época. Lembro que estava assistindo a programação infantil da Rede Globo quando houve a interrupção. Logo apareceram as imagens do World Trade Center”, disse o mestre em História pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Fábio Pedrosa não discorda da ideia de recordar casos como este. Segundo ele, relembrar os eventos passados ajuda a compreender seus impactos hoje em dia.
“Devemos continuar rememorando esses eventos, sempre tendo em vista o contexto em que estão inseridos e suas implicações no tempo presente. Nesse caso, lembrar do 11 de Setembro é lembrar não só do terrorismo, mas também do Imperialismo, da Guerra ao Terror e das tensões diplomáticas do século XXI”, ressaltou o professor.