Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Amazonas registrou um aumento de 69% nos casos de esporotricose humana em 2024, com 1.078 casos entre 1º de janeiro e 26 de novembro do ano passado, conforme dados disponibilizados pela Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
A esporotricose é uma zoonose causada pelo fungo “Sporothrix sp” e transmitida pelo contágio do agente na pele de animais e pessoas, sendo naturalmente encontrado no solo e em plantas, como explica a médica veterinária Dra. Marina Brolio. “É uma doença fúngica, causada por um fungo, além de ser uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida entre homens e animais”, afirmou a profissional.
A médica veterinária frisa que a doença tem impacto muito grande na qualidade de vida do animal, assim como do próprio tutor. O tratamento por ser longo, exige muitos cuidados, com o uso diário de antifúngicos por, no mínimo, dois meses. “Sabemos que os gatos não são tão fáceis de serem manipulados, de aceitarem medicação como os cães costumam aceitar, então é mais um desafio para o tutor”, salientou.
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Segundo Marina Brolio, o tutor tem que isolar esse animal para evitar contaminar outros animais ou os próprios tutores. Além de usar luvas e roupas de mangas longas para realizar qualquer atividade que seja necessário o manuseio de materiais do solo e de plantas.
Marina também explica que contaminação acontece quando o animal, ao se lamber ou coçar as feridas, por exemplo, espalha esse fungo pelo corpo e pode gerar a transmissão para as outras pessoas.
Atenção aos sinais
Entre os sinais clínicos da doença que podem ser observados no animal, constam as lesões de pele que não cicatrizam, geralmente perto das patas, focinho ou orelhas. A medida que a doença avança, essas lesões podem se tornar mais profundas, podendo afetar a mucosa nasal, o que é conhecido como “nariz de palhaço”, ou seja, o aumento do volume do nariz e a vermelhidão no local.
Ao se discutir o combate à esporotricose, a médica veterinária destaca que a chave do sucesso está na prevenção da doença. “Não existe nada milagroso, um medicamento novo que resolva o problema, porque aqui a chave é a prevenção, é mudar os hábitos, controlar a natalidade em relação aos animais que vivem na rua, e mudar o manejo, estilo de vida de cães e gatos, para que eles não saiam em outros lugares sem a supervisão do tutor”, orientou a especialista.
Ainda conforme as dicas, ao passear com seu pet em praças ou parques, evite que ele role na grama, se esfregue em árvores ou ande por jardins desconhecidos. “Locais com animais errantes podem estar contaminados. Evite parques e árvores que você não sabe a procedência, cachoeiras e terra fresca, que favorecem essas infecções. E não esqueça da castração para o controle populacional”, reforça Marina Brolio.
*Com informações da assessoria