Redação Rios
MANAUS (AM) – Ao lançarem suas músicas durante o período pandêmico, a banda amazonense de indie rock Jambu esperou mais de um ano para, finalmente, subir aos palcos. Desde que começaram a se apresentar e realizar shows pela cidade, seus sucessos ultrapassaram as fronteiras do estado. Nos últimos dois anos, além de terem performado na Bahia, aberto shows para boy pablo em São Paulo e se apresentado no TVZ Pocah, ao lado da cantora, no Multishow, os integrantes da Jambu agora se dedicam a um novo projeto: o selo musical DAFOLHA.
“Em todos os lugares do Brasil e do mundo, existem selos. Os artistas crescem e criam seus próprios selos para se envolverem mais com a música além de seus projetos pessoais. A ideia do selo é criar uma comunidade onde trocamos informações e ideias com outros artistas, especialmente amazonenses, e fazer da Jambu uma ponte. Temos muitas oportunidades únicas, o que abre para nós um horizonte de conhecimentos essencial para continuar na carreira”, explicou Gabriel Mar, vocalista do grupo, que também é formado pelos amigos Gustavo Costa (baixo), Roberto Freire (guitarra) e Yasmin Moura (bateria).
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Um dos motivos que incentivaram o quarteto a desenvolver um selo para dialogar com outros artistas foi evitar que profissionais enfrentem os mesmos entraves e desinformações que eles sofreram, como quando suas músicas foram deletadas por uma distribuidora no Spotify.
“Na época em que nossas músicas saíram do ar no Spotify, tínhamos um contrato com uma distribuidora. Surgiu a oportunidade de lançar a música por um selo que colaboraria mais do que a distribuidora estava fazendo. Eles não permitiram que cancelássemos o contrato e, no dia em que o contrato foi finalizado, deletaram todas as nossas músicas da plataforma. Isso nos fez refletir sobre a segurança e o gerenciamento de nossas músicas. Infelizmente, as pessoas que trabalham no mercado nem sempre te orientam adequadamente. Esse episódio nos fez questionar quem realmente está apoiando nosso trabalho.”
Roberto Freire, guitarrista
Mais de um ano após o ocorrido, em maio de 2024, o grupo assinou com a gravadora DeckDisc, em São Paulo, que tem em seu catálogo artistas como Pitty, Grupo Revelação, Alceu Valença e Elza Soares. Hoje, com o DAFOLHA, o grupo pretende entender melhor as demandas e necessidades dos artistas do Amazonas, promovendo uma visão onde os artistas tenham conhecimento suficiente para levar suas produções a sério.
“Em relação ao selo, a principal demanda que sinto é enxergar um caminho sério e profissionalizante. Quando viemos para São Paulo, sentimos que estávamos desestruturados em relação aos demais artistas. Em Manaus, há muitos artistas incríveis. Mas, aqui em São Paulo, percebemos que a música é apenas um dos muitos elementos de um processo que é, de fato, uma cadeia complexa”, concluiu Gabriel.
Eventos
Para concretizar o lançamento do DAFOLHA, ocorrerão dois eventos. O primeiro é um Show Case, nesta sexta-feira, 9/8, às 19 horas, no Quintal da Villa, localizado no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus.
Com a proposta de ampliar a conexão entre a comunidade artística em Manaus, o line-up será composto pela própria banda Jambu, a banda BOTEZEROUM, o quarteto Não Existe Saudade em Inglês, o duo experimental Desarma, o rapper Rare e a cantora Corama.
“São artistas que iremos lançar e que estão trabalhando com o selo de formas diversas. É uma espécie de festival reduzido”, afirmou o vocalista da Jambu.
Já no dia 15 de agosto, ocorrerá um Ensaio Aberto no Curupira Mãe do Mato, localizado na Avenida 7 de Setembro, no Centro. As inscrições para participar do evento estão abertas para artistas de todos os gêneros. Após o encerramento das inscrições, haverá uma votação popular, onde os quatro projetos artísticos mais votados nos comentários da publicação de divulgação no Instagram (@selodafolha) serão selecionados para se apresentarem no Ensaio Aberto.
*Com informações da assessoria