Redação Rios
BRASÍLIA (DF) – Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 70,3 milhões de pessoas têm dificuldade para se alimentar e 21,1 milhões de pessoas no Brasil passam fome. O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, publicado nesta quarta, 12/7, para a Alimentação e a Agricultura, mostra uma piora dos indicadores de fome e insegurança alimentar no Brasil.
O cenário traz preocupação, pois o Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014/2015 e, a partir de 2016, os índices só pioraram provocando o retorno em 2022, com sua situação piorada ainda mais no relatório atual.
Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, Wellington Dias, essa piora é reflexo do desmonte das políticas públicas sociais que vivemos nos últimos anos.
“O país sofreu muito nos últimos três anos pela falta de cuidado e atenção com os mais pobres. Se tornou comum ver pessoas passando fome, na fila por ossos e catando comida no lixo para se alimentar. Isso foi a quebra e interrupção de um trabalho iniciado pelo presidente Lula em seus primeiros governos e que trouxe grandes avanços nesta área. Esse relatório da FAO comprova que os últimos anos representaram um período de degradação da população mais pobre do nosso país”, destacou o ministro.
Wellington Dias destaca que com a implantação total do novo Bolsa Família e seus novos adicionais por crianças, gestantes e adolescentes até 18 anos incompletos, o Governo Federal proporcionou agora em junho/23 a retirada de 18,5 milhões de famílias da linha da pobreza.
“Desde sua recriação, no início deste ano, o programa Bolsa família proporcionou a retirada de 43,5 milhões de pessoas da linha da pobreza. Isso significa que elas têm uma renda per capita (por pessoa) garantida acima de R$ 218. Essa é uma ação de várias outras que estamos desenvolvendo para reduzir a pobreza e tirar o país novamente do mapa da fome. Todo esse trabalho, tem garantido alimento na casa e na mesa dos mais necessitados”, ressaltou.
Para Rafael Zavala, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, o relatório mostra uma tendência que será difícil atingir a meta de acabar com a fome no mundo até 2030.
“Além dos problemas de saúde causados pela pandemia globalmente, o mundo enfrenta dois grandes desafios: a fome e a má nutrição. Um em cada dez pessoas no mundo passa fome. Vemos que o mundo produz alimentos suficiente, mas há um grande problema de distribuição. Contudo, o caso do Brasil é diferente, graças as políticas publicas fortalecidas recentemente e à gigante produção alimentar, estamos certos de que o país irá sair novamente do mapa da fome, sem dúvidas”, destacou.