Conceição Melquiades – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Na manhã desta quarta-feira, 20/7, a cabeça de um homem foi encontrada dentro de uma bolsa feminina junto com um bilhete, na rua Nova, no São Lázaro, zona Sul. Junto com a cabeça havia um pedaço de papel com um “bilhete”.
Em uma outra região de Manaus, um corpo sem a cabeça foi encontrado esquartejado em uma calçada, na rua Visconde de Itanhaém, bairro Flores, zona Centro-Sul.
Ainda não há confirmação pelo Instituto Médico Legal (IML) que as partes de corpo e a cabeça são da mesma vítima. Porém, a hipótese é dada como certa, e a motivação do crime pode ter sido motivada por briga de faccções criminosas, que tentam dominar a capital amazonense.
Enquanto o corpo estava sem cabeça e, as mãos sem dados. Na bolsa havia uma cabeça e dedos, que indicam pertencer a mesma pessoa.
Já o bilhete que foi encontrado no local onde a bolsa foi abandonada com a cabeça e o dedos, dizia:
“Eu somava na safadeza do Alan Índio. Hoje estou no inferno por isso. Aguardo vocês que faz safadeza também aqui. Vou guardar um canto aqui pra vocês. há há há”, diz bilhete, que no outro lado tem assinatura de, possivelmente um membro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), rival do Comando Vermelho (CV).
Conforme relatos, Alan Índio – citado no bilhete – seria Alan Sérgio Martins Batista, um dos “gerentes” responsável por comandar o tráfico de drogas e liderar importantes operações da organização criminosa.
Segundo a polícia, Alan Índio, que antes pertencia a facção Família do Norte (FDN), é apontado como um dos principais envolvidos na brutal guerra entre facções criminosas.
Alan Sérgio foi preso em 2015 por tráfico. E em outubro de 2017, novamente foi preso com outros três integrantes num sítio de luxo no KM 60 da rodovia AM-010.
E foi em 2017 que a reputação de Alan Índio, no meio do tráfico, cresceu, uma vez que se tornou líder por se tornar o principal distribuidor de drogas. Na FDN ele foi declarado como sendo o “número 1” da facção. O “poder” lhe dá direitos de decidir as atividades do grupo.
Em uma operação policial, Alan Índio foi localizado em um sítio de luxo ao lado de outros membros da facção. À época, ele foi indiciado por tráfico de drogas e envolvimento em atividades ilícitas. Foram encontradas diversas anotações da contabilidade do grupo criminoso, em que mostravam a movimentação de valores volumosos que ultrapassavam R$ 150 mil e R$ 190 mil, somadas chegavam a R$ 1,5 milhão.
Preso no Pavilhão 5, do Centro de Detenção provisória Masculino (CDPM1), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) encontrou uma escavação de um túnel, que seria para dar fuga a um grupo de dez detentos considerados de alta periculosidade, entre eles “Alan Índio”, à época, líder da FDN. O grupo já estava no aguardo de suas transferências para um presídio federal, em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Em 2023, a Família do Norte enfraqueceu com a morte de Herbert Bastos Andrade, aos 42 anos de idade, conhecido como “Herbert”, considerado “tesoureiro” e até então a principal liderança viva da facção que era dissidente do CV. Herbert foi morto em 10 de junho de 2023, fazendo com que a FDN desaparecesse.
O homem assassinado e esquartejado nesta quinta-feira seria o “braço direito” do Alan Índio.