Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A cantora amazonense Mara Lima, 46, que é levantadora de toadas do Boi-Bumbá Caprichoso, foi agredida por uma mulher enquanto estava um estacionamento de um supermercado, na zona Norte de Manaus. O caso aconteceu na quarta-feira, 17/4.
A artista detalhou o que aconteceu por meio de suas redes sociais. Ela conta que a agressora deu um soco em seu nariz, e machucou sua boca, sua cabeça, seu braço, suas pernas e seu colo, chegando também a furar seu olho utilizando uma chave de carro.
Leia mais: Escritora atacada por pit bulls recebe alta após 13 dias internada
“A pessoa que fez isso, fez simplesmente porque estava com uma camisa do boi. Ela disse que era porque o boi é do demônio, o boi é do inimigo, e que eu carrego o demônio comigo. Eu fui pega de surpresa”, contou a cantora.
Mara Lima relata que a “religiosa” ainda tentou morder seu seio. A cantora afirmou que tentou se defender e que teve a sua dignidade ofendida perante várias pessoas na rua. No relato, a artista conta que a polícia chegou a tempo e deteve a pessoa.
“O que eu tenho para dizer hoje não deixa de ser legal pela vitória que eu tive, porque Deus me ama muito, mais uma vez eu pude comprovar e quero partilhar com todos. Mas é triste e inadmissível que no ano de 2024 a gente ainda viva alguns tipos de situações”, analisou Mara Lima.
Por meio de nota, o Boi Caprichoso se solidarizou com a cantora Mara Lima, no que destacou como mais um retrato dos riscos do fanatismo aliado à violência. O texto ressalta que a intolerância mata e que toda e qualquer forma de manifestação religiosa tem a liberdade para ser exercida.
“Respeito precisa ser bandeira de todos e todas. O que deve ser repreendida é toda e qualquer forma de violência, especialmente contra nossas mulheres! Força, Mara!”, reitera nota.
O Boi-Bumbá Garantido também divulgou uma nota de solidariedade a cantora. “O fanatismo cega, leva à violência e pode matar. Somos livres para escolhermos nossa religião e qual manifestação cultural iremos adotar, baseando-se sempre no respeito e entendendo que vivemos num país multicultural, formado por diversas crenças”, destaca o vermelho e branco.