Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após a prisão de Camila Barroso da Silva, 33, patroa da babá Geovana Costa, 20, encontrada morta no dia 20 de agosto, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) revelou mais detalhes do crime em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, 29/8.
A delegada Marília Capelo, adjunta da delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), informou que Camila Barroso da Silva, a principal suspeita de envolvimento na morte da jovem, se apresentava como ex-companheira de um traficante conhecido como “Mano Kaio” e usava essa relação para intimidar as pessoas que desejavam se afastar.
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A delegada também revelou que Geovana era mantida em cárcere privado, explorada sexualmente e obrigada a se prostituir para pagar dívidas que teria com Camila.
Outro jovem, que também trabalhava na casa de Camila, está colaborando com as investigações. Ele inicialmente recebia salário, mas, posteriormente, Camila deixou de pagá-lo.
“Os jovens que trabalhavam para Camila se ‘empolgavam’ com o status de festas, bebidas e drogas disponíveis, mas depois não conseguiam sair. Há também outro rapaz, que está prestando declarações, ele também trabalhava na casa. De início recebia dinheiro, e depois ela passou a não pagá-lo mais, sempre na base da ameaça, dizendo que eles deviam a ela”, explicou a delegada.
Nas redes sociais, Camila exibia uma vida de bebedeira, viagens e festas.
Suspeitos
Durante sua saída da delegacia, após ser ouvida pelos policiais, Camila negou qualquer envolvimento amoroso com a vítima, alegando que eram apenas amigas. A delegada Capelo mencionou que uma amiga de Geovana afirmou que a jovem também mantinha relacionamentos com mulheres, mas não há confirmação de um envolvimento amoroso entre Camila e Geovana.
Outro ponto que chamou a atenção durante a investigação foi que, na noite de 19 de agosto, data da morte de Geovana, Camila enviou uma mensagem para a proprietária do imóvel onde morava, solicitando a rescisão do contrato de aluguel.
“O corpo de Geovana ainda não havia sido encontrado quando Camila pediu para sair da casa, justificando que iria embora. Quando foi questionada na delegacia, ela mentiu sobre o motivo da mudança”, destacou a delegada.
Segundo a delegada adjunta, a prisão foi realizada pelo risco de fuga da suspeita para o exterior.
Outro indivíduo, identificado como Eduardo Gomes da Silva, que seria filho da proprietária da casa onde Camila morava, também está sendo procurado por participação no crime. Eduardo tem mandados de prisão em aberto por outro crime e é suspeito de envolvimento direto no caso.
Além disso, a delegada afirmou que até o momento não há indícios que o ex-namorado da vítima tenha envolvimento no caso. E que outra evidencia é que o veiculo utilizado para deixar o corpo no Tarumã foi o mesmo em que a suspeita aparece nas redes sociais dirigindo.
Babá
Durante a coletiva, a delegada Marília Capelo explicou que a vítima inicialmente era babá e cuidava da criança, filha da suspeita, mas que depois começou a ficar na casa onde trabalhava.
“Essa criança existe e Geovana inicialmente cuidava dessa filha da suspeita, mas depois foi ficando”, explicou.
A polícia também investiga fotos em que Geovana aparece com hematomas e o rosto machucado.
“Vamos trabalhar nos próximos 30 dias, durante a prisão temporária, para descobrir para quem ela enviou essas fotos e o que poderia ter motivado tal agressão. É possível que Geovana não quisesse mais ‘servir como mula’ ou tivesse medo de transportar drogas. Tudo isso será esclarecido”, concluiu Marília Capelo.
Relembre o caso
Camila Barroso da Silva, de 33 anos, foi presa preventivamente na noite de quarta-feira, 28/8, suspeita de envolvimento na morte de Geovana Costa Martins, de 20 anos, que trabalhava como babá de sua filha. A prisão foi realizada pelo risco de fuga da suspeita para o exterior.
O corpo de Geovana foi encontrado na manhã do dia 20 de agosto e identificado pela família no domingo, 25/8. A jovem estava desaparecida desde o dia 19 de agosto.
“A Geovana provavelmente foi morta na noite do dia 19. E naquela foto que vazou e todo mundo teve acesso, é possível ver que ela estava com bastante hematomas na face, estava com estrabismo decorrente do traumatismo craniano, é possível ver que ela estava bastante debilitada. Então creio que ela morre ainda na residência e foi deixada na estrada do tarumã”, explicou a adjunta.
A causa da morte da jovem foi divulgada como traumatismo craniano, decorrente das agressões que sofreu. O caso continua sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).