Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Mais um desdobramento do “Caso Djidja Cardoso” marcou a tarde desta sexta-feira, 19/7. A Polícia Civil deflagrou a 3ª fase da “Operação Mandrágora”, que resultou na prisão de Lindolfo da Silva Albuquerque, conhecido como ‘Dj Kallel’, em posse de dezenas de vidros do anestésico veterinário Ketamina.
Segundo informações prelimirares da investigação coordenada pelo delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), o suspeito é apontado como um dos fornecedores da substância psicotrópica para a família Cardoso. Com ele, ainda foi apreendida uma cobra jiboia mantida irregularmente no local da prisão.
“A quantidade de Ketamina apreendida é suficiente para anestesiar mais de 1.300 animais de pequeno porte”, afirma o delegado Cícero Túlio. DJ Kallel também seria um dos principais distribuidores do anestésico veterinário em festas de Manaus. Os policiais já monitoravam o suspeito há cerca de um mês, o acompanhando nos eventos.
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Nesta sexta-feira, 19, durante uma campana em frente a casa do suspeito, a polícia conseguiu identificar que Kellel realizou uma entrega de Ketamina a um usuário, que ao ser abordado, confirmou ter comprado a substância do DJ.
Em seguida, os policiais conseguiram surpreender o suspeito no momento em que realizava mais uma entrega, tendo ele confidenciado que mantinha em sua casa vários frascos.
Além da Ketamina em pó, foram apreendidas balanças de precisão, dezenas de seringas e drogas sintéticas como LSD e Ecstasy. Ainda na residência, os policiais encontraram uma serpente jiboia que também foi apreendida no local.
O indivíduo, conhecido por ser o “Rei da Ketamina”, foi preso em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas, adulteração e corrupção de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, bem como maus tratos a animais silvestres. Ele ficará a disposição da Justiça.
Relembre o caso
A investigação, iniciada há três meses, revelou a existência da seita religiosa “Pai, Mãe, Vida” que distribuía e incentivava o uso de Ketamina. Durante as diligências, foi descoberto que Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, Ademar Cardoso, irmão, com a ajuda de Bruno Rodrigues, ex-namorado, e dos funcionários do salão da família Claudiele, Marlison e Verônica, realizavam cultos religiosos usando as drogas.
Além da família Cardoso, Hatus Silveira foi identificado como responsável por fazer a conexão com os fornecedores de Ketamina e Potenay, principalmente José Máximo, Sávio e Roberleno, administradores dos empreendimentos Maxvet, Reino dos Pets e Casa do Criador. Todos chegaram a ser presos no âmbito da operação.
Durante as investigações, a ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, faleceu no dia 28 de maio, devido ao uso excessivo de Ketamina e outros fármacos. Há suspeitas de que ela teria sido auxiliada e incentivada pelos autores na utilização dessas substâncias.
Os membros da família Cardoso foram indiciados por uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, associação para o tráfico, perigo para a vida ou saúde de outrem, falsificação de produtos terapêuticos, aborto sem consentimento, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro e cárcere privado, constrangimento ilegal, favorecimento pessoal e real, exercício ilegal da medicina, e tortura com resultado morte.